O ex-diretor de planejamento e controladoria da Funcef, Max Pantoja, apontado como um nome cogitado pelo PDT, partido do Ministro da Previdência Carlos Lupi, para o cargo de superintendente da Previc, entrou na alça de mira de ex-gestores de fundos de pensão. Em carta endereçada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, à presidente do PT Gleisi Hoffmann, assim como a deputados e senadores do PT, um grupo de cerca de trinta exdirigentes ligados à Anapex (Associação Nacional dos ExDiretores, Ex-Conselheiros e Ex-Empregados das Entidades Fechadas de Previdência Complementar) acusam Pantoja de ter sido “uma voz estridente, inclusive junto ao Ministério Público Federal, contra o Partido dos Trabalhadores e todos aqueles que haviam ocupado cargos nos Fundos de Pensão”.
Na carta, Pantoja é apontado também como “um destacado entusiasta do golpe (travestido de impeachment) da Presidente Dilma”. Os signatários do documento dizem que “é desesperador imaginar (...) o risco de deixar a previdência complementar em mãos de pessoa que até ontem classificava todos nós (os ex-dirigentes de fundos de pensão de estatais) como bandidos, membros de uma organização criminosa”.
O documento da Anapex diz que “um dos principais articuladores de todas as denúncias falsas que culminou na CPI dos Fundos de Pensão de 2015 e na operação Greenfield é exatamente uma pessoa que recentemente se filiou ao PDT-DF e se candidatou a deputado federal, onde obteve apenas setecentos e poucos votos”, referindo-se a Max Pantoja.
Segundo o documento, “a Greenfield, desencadeada a partir de setembro de 2016 pelo MPF foi uma extensão da Lava Jato, alinhando-se nos métodos e práticas abusivas. O resultado foi a destruição de biografias e a penalização material e moral de dezenas de pessoas íntegras. Até hoje não houve sequer uma condenação nas esferas criminal e cível, mas há dezenas de decisões tomadas pela Previc que atingiram os ex gestores em julgamentos que podem ser considerados como irresponsáveis, de tão absurdos que são as argumentações dos Autos de Infração”.
A respeito das críticas, Pantoja diz que “desses dirigentes eu não esperava nada diferente”. Segundo ele, na sua atividade de diretor da área de controladoria agiu sempre no interesse dos participantes. “Na atividade de controle se acumula muitos desafetos, que tentam se colocar como vítimas (...) mas como dirigente eu fiz o que estava na legislação”, explica. “Eu tinha que encaminhar à Previc todos os desvios, ou indícios de devios de conduta, e naturalmente isso desagradou muita gente”.
Pantoja questiona a isenção da Anapex em formar um juízo de valores sobre sua atuação como gestor, afirmando que a associação é formada por dirigentes ligados à patrocinadora e não por dirigentes eleitos pelos participantes. Ele ressalta que os seus dois mandatos na Funcef, como diretor eleito, foram dados pelos participantes. Na sua opinião, a entidade mais isenta para avaliar sua atuação seria a Associação Nacional Independente dos Representantes Eleitos das Entidades Fechadas de Previdência (Fidef).
Fonte: Invest. Institucional (16/01/2023)
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