Os atos de vandalismo nas redes de transmissão de energia acenderam um sinal amarelo no setor de telecomunicações. O Grupo Técnico de Segurança Cibernética e Gestão de Riscos de Infraestrutura Crítica da Anatel, comandado por Gustavo Borges, se mobilizou para ações de prevenção contra vandalismo à infraestrutura de rede e possíveis apagões de voz e dados para o cidadão. Desde a pandemia de Covid-19, telecomunicações se tornou um serviço essencial para o cidadão brasileiro.
O trabalho é conduzido de forma cautelosa e abrange não apenas as grandes operadoras de telecom, mas também os provedores Internet e fornecedores de equipamentos, além do GSI, órgãos do governo e órgãos parceiros. "O GT sempre é acionado em questões de crise. Esse grupo se reuniu, por exemplo, em eventos como a greve dos caminhoneiros. Há risco, o grupo fica atento e monitora informações de govenrno e das teles para acionar ações de prevenção à crise", contou ao Convergência Digital, Gustavo Borges.
Ações conjuntas de proteção às infraestruturas críticas não são novidade. Em agosto passado, aconteceu o Guardião Cibernético 4, um exercício de proteção, que pela primeira vez contou com a participação dos órgãos reguladores dos setores Energia (ANEEL, ONS e ANP), Comunicações (ANATEL e Correios), transporte (ANAC, ANTAQ e ANTT) além da integração dos problemas cibernéticos simulados entre setores, governo e órgãos parceiros.
O Guardião Cibernético é organizado pelo ComDCiber e busca, por meio de eventos simulados, uma atuação colaborativa envolvendo governo, Forças Armadas, órgãos públicos, Academia e representantes de estruturas estratégicas dos setores de água, energia, nuclear, comunicações e transportes.
Energia
O Operador Nacional do Sistema Elétrico informou que está adotando medidas que costumam ser aplicadas em eventos especiais como eleições, Copa do Mundo e Olimpíadas. A decisão veio após a instalação de um Gabinete de Acompanhamento da Situação do Sistema Elétrico Brasileiro, criado para manter a segurança do Sistema Interligado Nacional.
O gabinete foi criado depois de ocorrências registradas em linhas de transmissão em diferentes localidades que ocorreram entre a noite de domingo e a madrugada da última segunda-feira. Horas antes, grupos bolsonaristas atacaram as sedes dos poderes Executivos, Legislativo e Judiciário em Brasília (DF).
Foram registradas quedas de torres no bipolo 2 do Linhão de Itaipu, de Furnas, no polo 3 do bipolo 2 do Complexo do Madeira, da Evoltz e na LT 230 kV Samuel/ Ariquemes C3, da Eletronorte. As transmissoras ainda não revelaram a causa das ocorrências, que não chegaram a trazer consequências significativas para o SIN. Mas segundo relatório da agência reguladora de energia, Aneel, a indicação é de que houve atos de vandalismo ou de sabotagem, reportados pelas empresas concessionárias.
Fonte: Convergência Digital (11/01/2023)
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