Bard, nova tecnologia da empresa, ainda passa por testes, mas em breve será incorporada às buscas da plataforma para rivalizar com a solução da startup OpenAI
Nesta segunda-feira (6), o Google sua plataforma própria de chatbot à base de inteligência artificial (IA) chamada Bard, que será lançado a partir das próximas semanas. Bard será um rival direto do ChatGPT, o serviço criado pela startup OpenAI que vai receber investimento multibilionário da Microsoft nos próximos anos.
O Google já vem de olho no avanço do ChatGPT há algum tempo, não apenas pela capacidade da ferramenta de aprimorador os buscadores (o recurso já foi incorporado ao Bing), mas principalmente pelo potencial dessa IA no mundo corporativo.
Recentemente, a empresa fundada por Bill Gates e Paul Allen anunciou que o Microsoft Teams, o recurso de videochamada da companhia, passará a incorporar o ChatGPT.
A partir de junho, graças à IA, a plataforma da Microsoft poderá gerar notas de reuniões automaticamente, criar listas de recomendações de tarefas, apontar os destaques das reuniões on-line e até elencar as falas de cada participante do encontro virtual. Tudo isso no pacote premium, que custará entre US$ 7 e US$ 10, segundo a companhia.
E desse filão de mercado o Google não quer ficar de fora.
"Em breve, você verá recursos baseados em IA na ferramenta de pesquisa [do Google] que apresentam informações complexas e várias perspectivas em formatos fáceis de compreender, para que você possa entender rapidamente o quadro geral e aprender mais na web: seja buscando novos ângulos, como em blogs de pessoas que tocam piano e violão, ou se aprofundando em um tópico relacionado, como primeiros passos para iniciantes", escreveu o diretor-presidente do Google, Sundar Pichai, no post que anunciou Bard.
De forma bem resumida: o Google está trabalhando para incorporar Bard às suas buscas, o que ajudaria a apresentar temas muito complexos da forma mais simples e de vários ângulos.
A companhia já vinha trabalhando na Bard, que será aberta, neste primeiro momento, apenas a "testadores confiáveis". Em seguida, a IA estará disponível ao público geral, mas a empresa norte-americana tem sido mais cautelosa.
Este caminho é um passo importante para que a IA se desenvolva até que esteja madura o suficiente para ganhar novas implementações, um caminho natural para esse tipo de tecnologia.
Desde o fim do ano passado, funcionários do Google vinham expondo suas preocupações com o avanço e deslumbramento do público e do mercado com o ChatGPT e outras plataformas da OpenAI. Mas o executivo chefe de IA do Google, Jeff Dean, disse aos funcionários na época que a reputação da empresa corre muito mais riscos em fornecer informações erradas, por exemplo, que a startup.
O Google havia deixado claro internamente que, embora não fosse deixar de correr nessa pista, se moveria "de forma mais conservadora do que uma pequena startup", segundo reportou a emissora norte-americana CNBC em janeiro.
Algo mudou nesses meio tempo. O Google acelerou o lançamento de Bard, embora já planejasse lançar a tecnologia ainda neste ano. Mas o avanço célere do ChatGPT chama a atenção. É uma nova era para a IA, em que semanas podem definir o sucesso ou fracasso de uma plataforma.
Há muito o Google se apresenta como pioneiro em IA e talvez tenha enxergado que o risco de ficar para trás era maior que o risco de errar.
Mesmo assim, a empresa tem enfatizado que Bard ainda precisará passar por testes rigorosos, com a combinação de "feedbacks [avaliações] externos com nossos próprios testes internos para garantir que as respostas de Bard atendam a um alto padrão de qualidade, segurança e fundamentação nas informações do mundo real."
Fonte: Valor Investe (06/02/2023)
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