O Instituto Eldorado de Campinas criou laboratório para testar e homologar produtos na especificação Wi-SUN/FAN para redes IoT abertas e interoperáveis
O Instituto Eldorado anunciou o que diz ser o primeiro laboratório das Américas autorizado a testar e homologar produtos que usam a especificação Wi-SUN/FAN para a conectividade de dispositivos em redes de campo.
A especificação Wi-SUN/FAN é utilizada no mundo especialmente na área de energia, para a conexão de dispositivos que usam internet das coisas (IoT) em grande escala, aplicados em projetos de infraestrutura de medição avançada, automação de distribuição e cidades inteligentes.
Montado em Campinas, o laboratório faz testes e homologa equipamentos desenvolvidos para operar com a tecnologia Wi-SUN/FAN para serviços de fornecimento de energia, água ou gás.
O espaço é fruto de parceria entre COPEL e a Wi-SUN Alliance. O Eldorado atuará como órgão certificador da Wi-SUN Alliance e disponibilizará este serviço para empresas do Brasil e América Latina.
Mas não só, diz Eduardo Lima, gerente de Pesquisa & Desenvolvimento do Instituto Eldorado. “O novo laboratório tem potencial para receber pedidos de homologação de empresas do mundo todo por sua competitividade em custos. Para se ter uma ideia, atualmente este tipo de certificação só é realizado por institutos em Taiwan e no Japão”, explica.
Ele ressalta que a existência de um laboratório no Brasil também agilizará o processo de homologação, o que beneficiará as empresas que já estão evoluindo em seus projetos com dispositivos baseados nesta especificação.
“A principal garantia é que um produto testado e aprovado atenderá aos requisitos de interoperabilidade pactuados pela indústria. Com isso, todo o ecossistema de concessionárias de energia e prestadores de serviços envolvidos na criação de cidades inteligentes será beneficiado em termos de escalabilidade de suas soluções sem fio de padrão aberto para dispositivos IoT”, explica.
Para Phil Beecher, CEO da Wi-SUN Alliance, o novo laboratório tem o potencial de acelerar consideravelmente a adoção do conceito de cidades inteligentes no Brasil. “Há uma demanda visível, em especial vinda das concessionárias de energia, por um padrão que favoreça o desenvolvimento de redes de IoT no Brasil. O Instituto Eldorado detectou essa oportunidade e se mostrou um grande parceiro ao investir para garantir que todos os padrões da tecnologia Wi-SUN/FAN sejam seguidos nos processos de homologação”, afirma.
WI-SUN X LORAWAN X NB-IOT
O Wi-SUN/FAN (IEEE 802.15.4g) é um padrão semelhante ao WiFi pensado para grandes espaços abertos e aplicações em serviços essenciais (utilities).
Segundo a Wi-Sun Association, existem mais de 100 milhões de dispositivos utilizando o padrão no mundo, espalhados por 46 países.
É diferente das redes móveis pela estabilidade, pelo número grande de dispositivos que podem se conectar simultaneamente, pela disponibilidade de sinal, uma vez que usa espectro não licenciado, e pela durabilidade dos aparelhos (até 20 anos).
Utiliza conceitos de rede Mesh, mas se diferencia por possibilitar a montagem de uma mesma rede com equipamentos de diferentes marcas. A capacidade de tráfego varia de 50 Kbps a 300 Kbps por dispositivo, maior que as encontradas nas redes LoRaWAN e NB-IoT.
As redes do tipo conseguem se readaptar caso uma rota de tráfego caia. E também podem deixar de atuar como rede Mesh e atuar como rede distribuída conforme a necessidade, de forma automática.
Em relação às redes LoRaWAN, a Wi-SUN se diferencia por não exigir licenciamento dos fabricantes (a LoRaWan é patenteada pela empresa Semtech).
O NB-IoT funciona sobre as redes móveis. O uso privado é muito caro, além de depender de autorização dos reguladores. Foi padronizado pelo organismo internacional 3GPP, e tem como principal patrono a Huawei. Uma versão semelhante, a LTE Cat-M, foi criada a partir de trabalho conjunto entre Nokia, Ericsson e Intel.
No exterior, empresas de países europeus e outros, como Japão, Reino Unido e Estados Unidos, já contam com casos de uso da tecnologia Wi-SUN/FAN para gestão de “smart grids”, de tráfego, lixo urbano e segurança pública.
Fonte: TeleSìntese (01/11/2022)
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