quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

IA: DeepSeek, mais eficiente novo assistente IA chines assusta o Vale do Silício e mundo e abala a bolsa americana

 


A China decidiu entrar na corrida global pela Inteligência Artificial e, na semana passada, surpreendeu o mundo ao lançar um assistente gratuito desenvolvido pela empresa DeepSeek

Usando chips de baixo custo, a plataforma — batizada de AI Assistant — rapidamente ultrapassou o ChatGPT e se tornou o app gratuito mais bem avaliado na App Store, nos Estados Unidos, desestabilizando ações de gigantes como Microsoft, Meta e Nvidia na bolsa de valores.

Na manhã desta segunda 27, antes mesmo da abertura do mercado norte-americano, os papéis da Microsoft e da Meta amargavam queda de 3,3% na Nasdaq, enquanto a Nvidia, fornecedora de infraestrutura para os modelos de IA desenvolvidos nos EUA, recuava 6,9%.

Fundada em 2023, a DeepSeek atribui o sucesso de sua IA ao baixo custo de produção: foram investidos cerca de 6 milhões de dólares para chegar ao resultado atual. Para efeito de comparação, modelos semelhantes desenvolvidos pela Meta custaram dez vezes mais — cerca de 60 milhões de dólares.

Essa concorrência, porém, vai além de uma simples questão de mercado. Segundo analistas do setor, o desenvolvimento de métodos tão eficientes quanto o de empresas norte-americanas, mas com custos bem mais baixos, é resultado direto da limitação imposta pelos Estados Unidos à importação chinesa de chips norte-americanos.

Com o bloqueio, empresas chinesas aceleraram pesquisas em semicondutores próprios, desenvolvendo soluções que não dependem de componentes de alto custo ou de tecnologias estrangeiras. Esse cenário estimulou a criação de alternativas competitivas, que agora ameaçam o domínio das big techs dos EUA.

Figuras de peso dos EUA reagiram à entrada da DeepSeek no jogo, a exemplo de Marc Andreessen, magnata do Vale do Silício e apoiador do presidente Donald Trump. Para ele, o lançamento do modelo chinês seria “o momento Sputnik da Inteligência Artificial”, em referência ao lançamento do satélite soviético no final dos anos 1950, que desencadeou uma corrida espacial entre as duas principais potências mundiais da segunda metade do século XX.

Outra reação contundente veio de Mark Zuckerberg, o presidente da Meta. Em entrevista dada no início do mês, o empresário citou que o modelo chinês é “muito avançado”, mas teceu críticas ao conteúdo produzido pela plataforma.

“Se você pedir alguma opinião negativa sobre [o presidente da China] Xi Jinping, ele não lhe dará nada”, afirmou Zuckerberg. O empresário, aliás, extinguiu recentemente o programa de checagem da Meta, medida considerada favorável a Trump.

Fonte: Carta Capital (27/01/2025)


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