O iphone nasceu no Brasil. Não aquele iPhone, criado por Steve Jobs, que inaugurou a era dos smartphones
O celular da Gradiente de mesmo nome foi lançado no ano 2000, sete anos antes do americano. Desde que a Apple lançou o homônimo, ocorre uma batalha judicial entre as duas empresas pelo nome.
O presidente do conselho da Gradiente, Emílio Staub, falou pela primeira vez à imprensa sobre o assunto, em entrevista exclusiva à Folha.
O primeiro. Em 2000, começou o lançamento de celulares que comportam o acesso à internet. Nesta esteira, veio o iphone da Gradiente, trazendo a promessa de modernidade.
Para provar seu ponto, o executivo mostrou reportagens da época, exibindo o modelo como precursor da internet.
“Fazer reservas de passagens aéreas e hotéis, realizar transações bancárias e compras são apenas o começo dessa revolução”, dizia um dos anúncios sobre o celular arquivados por Staub.
"Em 2000, quando introduzimos este telefone no mercado, vendemos 30 mil em poucos meses às operadoras e ao comércio", afirmou.
Briga judicial
O conflito começou em 2012, mais de uma década depois do lançamento do iphone. Na época, a Gradiente resolveu relançar uma família de celulares inteligentes com o nome iphone.
A Apple reagiu ao lançamento, pedindo a nulidade do registro da marca Gradiente iphone no INPI (Instituto Nacional de Propriedade Intelectual), feito em 2000.
No vaivém judicial, algumas decisões foram favoráveis à Apple e tentativas de conciliação não tiveram resolução.
Agora, o caso aguarda julgamento no STF (Supremo Tribunal Federal).
Em outros países
Nos EUA, a Apple teve que brigar pelo nome “iPhone” com a Cisco. Na China, disputou o nome “iPad” com a Proview, e no México, o nome “iFone”.
Complexo de vira-lata. Staub revela-se frustrado quando pensam que a Gradiente copiou o nome da americana.
"A Gradiente era uma empresa pioneira em uma porção de coisas, inclusive, umas das pioneiras em telefone de acesso à internet. Por acaso, chamou de iphone", disse.
"O país não reconhece muitas de suas inovações. Se eu perguntar aos meus netos quem são os grandes inventores do Brasil, talvez citem Santos Dumont. Mas não vão se lembrar do padre Landell de Moura, que inventou o rádio”, recordou.
Fonte: Folha de SP (02/12/2024)
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