quinta-feira, 30 de março de 2023

Fundos de Pensão: O absurdo do pagamento de bônus a diretores de EFPCs (Petros), mesmo quando apresentam déficit

 


Previc, que fiscaliza fundos de pensão, estuda suspender pagamento de R$ 9,3 milhões em bônus a diretores da Petros

Conselho da Petros aprovou na sexta-feira a distribuição do bônus por meta alcançada, apesar do déficit da entidade

A Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), "xerife" dos fundos de pensão, estuda suspender o pagamento de bônus de R$ 9,3 milhões a quatro diretores da fundação Petros (fundo de pensão dos trabalhadores da Petrobras). Apesar da situação deficitária da entidade, o conselho deliberativo da Petros aprovou na sexta-feira (dia 24) a distribuição do bônus por meta alcançada, conforme revelou O GLOBO.

Após a decisão, a Previc decidiu entrar no caso e apurar denúncia encaminhada por representantes dos participantes à área de fiscalização do órgão.

Segundo técnicos da Previc, o órgão regulador pretende aplicar a Instrução Normativa 15, aprovada pela diretoria colegiada em 2017. A norma permite a suspensão de qualquer forma de remuneração variável para gestores e proibição de aumento de proventos que possam colocar em risco a solidez e estabilidade das entidades fechadas de previdência complementar.

Além disso, a Previc pretende regulamentar a política de remuneração variável, como pagamento de bônus, salários extras a gestores dos fundos de previdência. O objetivo é alinhar as metas para atender melhor os interesses dos participantes e da empresa patrocinadora do plano de previdência para evitar a distribuição de bônus sem condicionantes.

Além de redução de despesas administrativas, a ideia é adotar critérios como observar a rentabilidade acumulada nos últimos 36 meses, inexistência de déficits e exigência de auditoria.

O assunto deverá ser discutido pelo Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC), que define as diretrizes para o setor.

No caso da Petros, por exemplo, um universo de 50 mil participantes paga uma contribuição extra vitalícia equivalente a 30% do valor do benefício. A patrocinadora também arca com parte do rombo, de cerca de R$ 30 bilhões acumulados em gestões anteriores.

Atualmente, não existe uma padronização da política de remuneração variável para as entidades de previdência por meta atingida. No caso do fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil (Previ), por exemplo, o pagamento aos diretores varia entre três e seis salários e inexistência de déficit. Na Funcef, fundo de pensão dos empregados da Caixa Econômica Federal, não há esse tipo de benefício.

A Previc está fazendo o levantamento desse tipo de benefício concedido aos gestores das 18 mais entidades, incluindo fundos de pensão das estatais e privados, para levar o tema ao CNPC.

Procurada, a assessoria de imprensa da Petros ainda não se pronunciou.

Fonte: Extra (27/03/2023)

Nota da Redação: Na Sistel também existe o pagamento de bônus anuais à sua diretoria em caso de atingimento de metas determinadas e aprovadas pelo conselho deliberativo no início de cada ano, mas a Sistel só tem apresentado superavits nos últimos anos, mesmo que esses superávits nem sempre sejam distribuídos a participantes e patrocinadoras.

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