Iniciativa quer atrair novos investimentos garantindo desenvolvimento sustentável
Na imagem acima o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron em Campinas que é referência nacional de pesquisa em física, biologia estrutural e nanotecnologia com projetos em diversas áreas do conhecimento.
Campinas quer fazer valer seu ecossistema formado por indústrias, centros de pesquisas e universidades para ser referência nacional e internacional de inovação tecnológica e atrair novos investimentos. A formação de um pacto entre agentes públicos e privados apresentada pela prefeitura ocorre simultaneamente a ações dos governos estadual e federal para criar um ambiente favorável para a reindustrialização e incentivo ao desenvolvimento sustentável.
A iniciativa da administração municipal envolve lideranças ligadas à inovação, pesquisa e desenvolvimento, educação, eventos, comércio e indústria, entre outras áreas. “Da parte da prefeitura, firmo o compromisso de viabilizar e dar todo o incentivo a este projeto. Campinas é um poderoso ecossistema de inovação e precisa dar mais este passo rumo ao futuro”, disse o prefeito Dário Saadi (Republicanos).
Ele participou de uma reunião com representantes de empresas e instituições, além de secretários municipais. No encontro, o superintendente de Inovação da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), Jorge Audy, fez a apresentação do tema “As cidades e o futuro: modelo de pacto de inovação”. Essa é mais uma semente lançada pela Prefeitura para preparar Campinas e buscar a integração dos vários protagonistas do ecossistema.
Ela se une ao projeto do Polo de Inovação e Desenvolvimento Sustentável de Campinas (PIDS), previsto para abranger uma área de 17 milhões de metros quadrados no distrito de Barão Geraldo e ser uma das três áreas de desenvolvimento estratégico do município, ao lado das regiões Central e do Aeroporto Internacional de Viracopos; e ao Open 5G@Campinas, iniciativa voltada para a internet 5G. As ações estão integradas ao Programa de Ativação Econômica e Social (PAES), formado por 20 iniciativas, entre benefícios fiscais para incentivar a instalação de empresas de alta tecnologia, que visa atrair R$ 3,5 bilhões de investimentos privados e geração de 15 mil empregos em até três anos.
Envolvimento
“Campinas tem uma posição estratégica nessa política e fez a lição de casa para receber os investimentos”, disse a secretária municipal de Desenvolvimento Econômico, Tecnologia e Inovação, Adriana Flosi. “É um processo que deve ser participativo e colaborativo. É preciso cooperar e atuar em conjunto na construção de um ambiente inspirador que contribua para a criação de um futuro melhor para nossa cidade e para as pessoas que fazem parte dela”, afirmou Audy.
O presidente da Associação Internacional de Parques Científicos e Tecnológicos (IASP), o espanhol José Piquè, também participou do encontro e abordou o êxito da implantação do ecossistema de inovação em cidades como Barcelona, na Espanha; Medelín, na Colômbia; e Florianópolis (SC), no Brasil. “As três palavras-chave são talentos, tecnologia e capital. A junção destes elementos viabiliza um projeto apto a construir um futuro melhor”, afirmou.
Para ele, os desafios são enfrentar os problemas centrais da cidade: urbano, econômico e de governança. De acordo com Piquè, eles podem ser trabalhados com a implantação de uma infraestrutura digital, foco na inovação, retenção dos talentos, a comunicação dos governos, entre outros.
Entre as vantagens de Campinas e da Região Metropolitana estão contar com a maior concentração de instituições de pesquisa e desenvolvimento do interior do País; 16 instituições de ensino superior; cinco das maiores rodovias brasileiras que cortam o município; a presença do Aeroporto Internacional de Viracopos, o maior terminal de importação de cargas da América Latina e um dos maiores de passageiros do Brasil; e a proximidade com a cidade de São Paulo (90 quilômetros) e do Porto de Santos (170 km). A integração de Campinas com a Capital contará ainda com o Trem Intercidades, programado para ser licitado no segundo semestre deste ano.
Outras ações
A discussão de modelos de pacto de inovação apresentada pela Prefeitura ocorre em consonância com outras ações que visam criar um círculo virtuoso de desenvolvimento. O governo estadual lançou dois projetos nesse sentido, a criação do Conselho Estadual de Promoção da Nova Industrialização, que busca promover a reindustrialização de São Paulo, e o Plano de Desenvolvimento Econômico através da promoção do aumento do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços produzidos.
“Vamos trazer a indústria de volta para São Paulo e vamos ver os negócios aparecendo. O que queremos é que nossas empresas prosperem e ver o Estado mais competitivo”, disse o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). O conselho, que tem o caráter consultivo, orientará ações, políticas e diretrizes para incentivar a nova industrialização a partir de seis pilares de atuação: energia, infraestrutura, crédito, tributação, capacitação profissional e digitalização.
Além da participação de secretarias e órgãos do governo, o grupo de trabalho tem a participação da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp). Os membros serão designados pelo governador para mandatos de dois anos, com possibilidade de recondução aos postos pelo mesmo período. A participação não será remunerada.
Para Tarcísio de Freitas, o cenário econômico mundial é favorável a São Paulo. “Acordamos agora na pandemia e com a Guerra da Ucrânia, percebendo o nosso grau de vulnerabilidade. Então, há uma avenida agora para caminhar e a oportunidade está na nossa frente porque as cadeias globais de produção vão ter que ser readequadas. Ninguém quer ser mais tão vulnerável”, disse o governador.
Outras ações adotadas pelo governo estadual são a redução de impostos para vários setores da economia e a criação de grupos de coalização para discutir meios para promover o crescimento do PIB, de acordo com as características das 16 regiões administrativas do Estado. Os comitês já foram criados em Ribeirão Preto, Santos e Sorocaba. O de Campinas está em elaboração. A previsão do governo estadual é que os 16 grupos de trabalho reunindo lideranças empresariais e técnicos do governo estejam criados até o final de junho.
“Um Plano de Desenvolvimento Econômico passa pela indústria; agronegócio, que são fundamentais; serviços e comércio”, afirmou o diretor titular do Ciesp Campinas, José Henrique Toledo Corrêa. Em recente visita a Paulínia, o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), destacou ações do governo federal para criar um quadro favorável aos investimentos.
Entre elas, a aprovação da reforma tributária e a adoção de uma nova política econômica. “Nós estamos otimistas”, disse. Alckmin lembrou que a indústria de manufatura representava 20% do PIB nacional há 40 anos e hoje a participação é de 10%. Para ele, o País tem vantagem em um processo de nova industrialização porque tem uma três maiores florestas do mundo, o que permite a realização de investimentos com compensação de emissões de carbono. “O Brasil tem tudo para ser o protagonista desse novo momento da economia mundial”, completou.
“A simplificação da questão tributária vai ajudar muito”, acrescentou o ministro. Ainda na área federal, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou na terça-feira (21) recursos para o financiamento de desenvolvimento de novas tecnologias. A iniciativa atende empresas com desafios tecnológicos nas áreas de novos biocombustíveis, economia circular, bioeconomia florestal, transformação digital, defesa, materiais avançados e saúde.
Fonte: Correio Popular (22/03/2023)
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