Empresa nasceu da separação das redes de fibra ótica da tele e hoje é maior que a criadora
Parte importante da engenharia financeira para colocar de pé o plano de recuperação judicial da Oi passou pelas mãos da V.tal, que assumiu compromissos bilionários em três etapas fundamentais dentro do processo.
Este é um curioso caso da criatura que ficou maior que o criador. A V.tal nasceu da separação das redes de fibra ótica da própria Oi e hoje é controlada por fundos geridos pelo BTG Pactual, que têm o fundo de pensão canadense CPPIB entre os investidores. A Oi é uma acionista minoritária e a principal cliente das redes.
Já a V.tal é uma das maiores empresas de infraestrutura de telecomunicações do País, e agora se torna uma das maiores credores da Oi, além de uma potencial dona dos ativos da sua criadora.
Ajuda terá financiamento de R$ 780 milhões
A V.tal assumiu contribuir com US$ 150 milhões (cerca de R$ 780 milhões) do novo financiamento que será concedido à Oi dentro da recuperação, cujo valor total é de US$ 655 milhões (R$ 3,4 bilhões). Os recursos ajudarão a companhia a honrar seus compromissos até que saiam as vendas de ativos. Em contrapartida, a Oi ofereceu um pacote de garantias baseadas nos demais ativos do grupo.
O segundo movimento decisivo da V.tal foi dentro das negociações entre a Oi e a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) referentes ao futuro da concessão da telefonia fixa, que teve mediação do Tribunal de Contas da União (TCU). Ficou acertado que a Oi vai mudar o regime de concessão para autorização mediante compromissos de investimentos de até R$ 10 bilhões. Cerca de dois terços desse valor serão arcados pela V.tal.
Em troca, a V.tal receberá uma parte do potencial crédito decorrente da arbitragem entre a Oi e a Anatel, que está sendo retomado. Nesse processo, a Oi pleiteia um ressarcimento pelos prejuízos causados pela concessão de telefonia fixa.
Aquisição da Oi Fibra
O terceiro dos compromissos veio à tona nesta semana. A V.tal concordou em fazer a aquisição da divisão de banda larga da Oi, chamada Oi Fibra, caso não apareçam outros compradores dispostos a aceitar o preço de R$ 7,3 bilhões proposto dentro do plano de recuperação.
Ou seja: fica como alternativa que dá a garantia aos credores de que o negócio terá uma solução. Nesse caso, a V.tal vai incorporar a Oi Fibra mediante entrega de ações, isto é, sem pagamento em dinheiro.
Fonte: Estadão (22/04/2024)
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