Pela primeira vez em 137 dias, a ala dedicada a pacientes da Covid-19 do Hospital Samaritano Botafogo, um dos principais da rede privada do Rio, ficou completamente vazia. A notícia foi comemorada pela direção da unidade e divulgada internamente para os colaboradores. A redução drástica no número de pacientes com Covid-19 também é registrada no Pró-Cardíaco, no CopaStar, da Rede D’Or, e no Hospital Casa Evangélico, da Tijuca.
Em nota interna, os diretores executivo e médico do Samaritano, Ricardo Periard e João Mansur, respectivamente, fizeram o anúncio da redução dos casos, depois de meses de grande demanda de pacientes com coronavírus, e comemoraram: “Gostaríamos de dividir com vocês a notícia de que, após 137 (cento e trinta e sete) dias, estamos sem nenhum paciente com Covid-19 internado no nosso hospital. Foi um longo período de trabalho, estudo e solidariedade envolvendo toda a equipe multidisciplinar do hospital. Obrigado a todos”.
Em hospitais da Rede D’Or e no Pró-Cardíaco, o total de pacientes infectados não chega a 10% do verificado no auge da pandemia. O CopaStar chegou a ficar com cinco pacientes na semana passada, enquanto abrigou 92 no auge da pandemia. O Pró-Cardíaco, que já teve 71 hospitalizados, tinha na semana passada apenas cinco pacientes. Na última semana, o Hospital Casa Evangélico, na Tijuca, também teve um dia em que não havia qualquer doente na clínica média, apenas pessoas com coronavírus tratadas na UTI.
No fim de junho, de acordo com dados da Associação de Hospitais do Rio de Janeiro, o número de leitos de UTI ocupados por pessoas com coronavírus começou a cair, atingindo 67%, quando, em maio, a taxa de ocupação de vagas para pacientes com quadros mais graves chegou ao limite de 90%. Desde então, o fluxo se manteve com tendência de queda.
No início da pandemia, várias unidades tinham criado espaços separados para atender a pessoas infectadas, alguns deles desativados. A médica Tania Vergara, consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia, diz que o Rio tem apresentado queda nos números de internações nas redes pública e privada:
—A impressão que temos é que já passamos pelo primeiro pico. Mas isso não significa que não possa vir uma nova onda.
Fonte: O Globo (20/07/2020)
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