A Highline, do grupo Digital Colony, é um dos cerca de dez grupos que apresentaram proposta pela área de redes de infraestrutura da Oi, a unidade produtiva isolada (UPI) InfraCo, disseram fontes.
Outro grupo que concorre pelo ativo é o BTG Pactual, que tem como sócio o empreendedor e executivo israelense Amos Genish à frente da oferta.
A Oi vai vender o controle da InfraCo. Pelo aditamento feito pela operadora em recuperação judicial, o interessado paga o mínimo de R$ 6,5 bilhões mais R$ 2,4 bilhões referentes a dívidas da InfraCo e faz um investimento de R$ 5 bilhões, somando R$ 13,9 bilhões pelo negócio. Pelos cálculos da Oi, o valor total da InfraCo alcança R$ 25,5 bilhões. Com a venda do controle, a Oi mantém participação acionária de 49% da unidade e fica cliente da nova companhia.
Com isso, a Highline está competindo por três áreas de negócios da Oi à venda. As outras unidades são a UPI Torres, com preço mínimo de R$ 1 bilhão e pela qual ofereceu R$ 1,08 bilhão, e UPI Ativos Móveis, com oferta acima do preço mínimo de R$ 15 bilhões. É no móvel que está o confronto entre a Highline e o trio Telefônica, TIM e Claro. Ontem, as teles subiram sua oferta a R$ 16,5 bilhões.
Fonte que acompanha o processo de venda dos ativos da Oi reconhece que a Highline deverá ficar bastante alavancada para assumir esses ativos, na hipótese de sair vitoriosa do leilão da Oi.
O presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Leonardo Euler de Morais, disse ao Valor que, em um negócio de aquisição do ativo móvel, em tese haveria menos condicionantes de ordem concorrencial à empresa controlada pela Digital Colony. Destacou, no entanto, que a Anatel ainda não recebeu qualquer pedido de anuência prévia, o que só deverá ocorrer depois de a Oi ter aprovação dos compradores em sua assembleia geral de credores.
A infraestrutura da Oi, concentrada na InfraCo, é a parte mais nobre da companhia, tanto que sua totalidade não será vendida, diz Juarez Quadros, consultor independente e ex-titular da Anatel e do Ministério das Comunicações. Mas é aí também que está um risco regulatório para o comprador.
A Oi separou os ativos de infraestrutura em duas empresas. Na InfraCo estão os cerca de 400 mil km de fibras ópticas e 43 mil km de dutos. Os ativos remanescentes ficam na nova empresa Oi Client Co, como a rede de cobre e os bens reversíveis da área de concessão de telefonia fixa da Oi. O problema é que não é simples separar o que é reversível do que ficou com a InfraCo, diz Quadros, e isso pode ter impacto no negócio final.
Fonte: Valor (28/07/2020)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
"Este blog não se responsabiliza pelos comentários emitidos pelos leitores, mesmo anônimos, e DESTACAMOS que os IPs de origem dos possíveis comentários OFENSIVOS ficam disponíveis nos servidores do Google/ Blogger para eventuais demandas judiciais ou policiais".