sexta-feira, 31 de julho de 2020

TIC: Huawei supera Samsung e se torna maior fabricante de smartphones do mundo


A Huawei concentra 72% de suas vendas de smartphones no mercado chinês Foto: Qilai Shen / Bloomberg

Com restrições impostas pelos EUA, gigante chinesa avança no mercado doméstico

Com vendas fortes na China, a Huawei alcançou o topo na lista de maiores fabricantes de smartphones do mundo no segundo trimestre do ano. Foram 55,8 milhões de aparelhos comercializados, queda de 5% em relação ao mesmo período de 2019, mas o suficiente para destronar a sul-coreana Samsung, que viu suas vendas despencarem 30%, para 53,7 milhões de unidades, segundo dados da consultoria Canalys.

É a primeira vez em nove anos que a liderança do mercado sai das mãos da dupla Apple e Samsung. De acordo com a Canalys, essa virada era imprevisível meses atrás e só aconteceu por causa da pandemia do novo coronavírus.

Alvo de restrições impostas pelo governo dos Estados Unidos, a Huawei viu suas vendas diminuírem 27% no exterior, mas com o mercado doméstico já em plena recuperação, viu as vendas na China crescerem 8%. Agora, o mercado chinês responde por 72% das vendas da Huawei.

Por sua vez, a Samsung tem menos de 1% de participação no mercado de smartphones na China, afirmou o analista sênior da Canalys Ben Stanton. A gigante sul-coreana tem forte presença em países que ainda sofrem com as consequências da pandemia, como Brasil, Índia e Estados Unidos.

— Este é um resultado marcante que poucas pessoas poderiam prever um ano atrás — afirmou Stanton. — Se não fosse a Covid-19, não aconteceria. A Huawei se aproveitou da recuperação da economia chinesa para reiniciar seu negócio de smartphones.

Contudo, a liderança não deve se manter no longo prazo. Por causa de restrições impostas por Washington, seus aparelhos não poderão mais utilizar softwares e hardwares americanos, incluindo serviços populares oferecidos pelo Google.

No mercado doméstico, essas restrições pouco importam, pois o mercado é dominado por softwares chineses. O Google, por exemplo, não opera na China. Mas em outros países a ausência dessas aplicações pode ser determinante na escolha dos consumidores.

— Assumir o primeiro lugar é muito importante para a Huawei, para mostrar a força de sua marca para consumidores, fornecedores de componentes e desenvolvedores domésticos — afirmou o analista da Canalys Mo Jia — Mas será difícil para a Huawei manter a liderança no longo prazo. Só a força na China não será suficiente para sustentar a empresa no topo quando a economia global começar a se recuperar.

Fonte: O Globo (31/07/2020)

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