Costumo dizer que a longevidade é um prêmio. Se conseguimos avançar em direção a uma vida mais longa, foi a custo de muito investimento e esforço. No caminho, muitas barreiras e desafios foram superados, o que revela a extraordinária capacidade da nossa espécie de se organizar e agir coletivamente em direção a um fim comum.
Diante dessa grande conquista e de tudo que ela significa, é lamentável que prevaleçam dados tão alarmantes de violência contra as pessoas idosas. Se a longevidade é o prêmio, o cidadão idoso violentado é aquele a quem se está removendo o direito de aproveitar o prêmio conquistado.
Apenas o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro contabiliza mais de 30 mil denúncias de diferentes tipos de abuso a pessoas acima de 60 anos entre os anos de 2017 e 2021. Esses são apenas os casos registrados. Pode-se imaginar que o número real seja muito maior, considerando que enorme parcela das ocorrências se dá dentro de casa e é perpetrada por familiares, jamais sendo notificada.
Engana-se quem pensa que essa é uma realidade apenas em países onde a longevidade é um fenômeno ainda em crescimento ou recente. Ou que só se dá em países em desenvolvimento. Dados de países desenvolvidos, selecionados pela ONU, estimam taxas de violência contra pessoas idosas na ordem de 1 a 10% da população. Também nesses países há uma crônica subnotificação.
É impossível dizer que algum tipo de violência seja pior que outro. No entanto, dói constatar que a violência financeira e patrimonial seja uma das formas mais frequentes de atentar contra a pessoa idosa. Sabemos o quanto a Longevidade Financeira é fundamental para a segurança e o bem-estar ao longo de toda a vida. Por isso, no mês de junho vamos abordar esse sério problema de diferentes modos, colaborando com o Dia da Prevenção a Violência contra a Pessoa Idosa, celebrado no 15 de junho.
Há formas de denunciar a violência contra pessoas idosas. É possível acionar o Disque 100 (Disque Direitos Humanos), do Governo Federal. No seu Estado, você pode contactar o Ministério Público e a Defensoria Pública, que em geral têm canais próprios para denúncias. E em muitas cidades, há delegacias especializadas em atendimento a pessoas idosas. Se você suspeita ou sabe de algum caso, denuncie. Junte-se a nós.
Fonte: Inst. Longevidade Mag (01/06/2022)
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