quinta-feira, 16 de novembro de 2023

Fundos de Pensão e planos de previdência: Planos não vitalícios apresentam dificuldade de planejar tempo de poupança e reserva financeira

 


Sem noção da própria longevidade, as pessoas subestimam o número de anos que têm pela frente, afirma economista

Falta de conhecimento sobre como lidar com dinheiro interfere negativamente nas decisões até quando há oportunidade de poupar.

Esta é a segunda coluna sobre a quarta edição do “2023 Century Summit”, realizado semana passada, uma iniciativa da Universidade Stanford para discutir os caminhos que levam a uma longevidade ativa. No domingo, o blog abordou a importância dos amigos e hoje o assunto é a difícil tarefa de fazer uma reserva financeira para a velhice.

Levantamento apresentado por Surya Kolluri, diretor do TIAA Institute, organização de serviços financeiros, mostrou que somente 13% dos norte-americanos dispõem de uma pé-de-meia confortável. Outros 24% não sabem se o que pouparam será suficiente até o fim de suas vidas. Quase 40% não acreditam que conseguirão se aposentar e, entre os afrodescendentes, esse percentual chega a 54%. Segundo o National Council on Aging (Conselho Nacional do Envelhecimento), os idosos representam o único grupo nos EUA que vem enfrentando um aumento de pobreza. Por aqui, 51% estimam que, no futuro, dependerão da previdência social e menos de um quinto dos brasileiros tem uma reserva para quando parar de trabalhar, de acordo com a Associação Brasileira de Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais.

No painel intitulado “When complexity meets longevity: navigating our financial futures” (“Quando a complexidade encontra a longevidade: navegando no nosso futuro financeiro”), a estrela foi a economista italiana Annamaria Lusardi, do Instituto de Pesquisas de Políticas Econômicas de Stanford. Uma das principais referências mundiais em educação financeira, ela alertou sobre um cenário desafiador por causa da falta de conhecimento sobre como lidar com dinheiro:

“As pessoas desconhecem cálculos simples, como o de juros compostos; o impacto da inflação sobre seus rendimentos; e a necessidade de diversificação, porque qualquer investimento embute riscos. Isso interfere nas decisões até quando há uma oportunidade para se poupar. Na verdade, não têm noção da própria longevidade. Subestimam o número de anos que têm pela frente, especialmente os homens. Não saber calcular com um certo grau de acurácia a expectativa de vida faz muita diferença, porque afeta o comportamento em relação a se preparar para o futuro”.

Chris Farrell, editor do Marketplace Place, um programa dedicado a finanças pessoais, enfatizou os obstáculos para economizar ao longo da vida: “a principal razão é simplesmente não ter dinheiro. As pessoas perdem seus empregos, enfrentam problemas de saúde, têm que cuidar de parentes. Boa parte não tem como bancar uma despesa de emergência. Todos deveriam ter oportunidade de participar de um sistema de poupança para a aposentadoria e estar cobertos por um serviço de cuidados de longo prazo. As políticas públicas têm que mudar”.

Fonte: g1 (14/11/2023)

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