Sobre o super App bancário
"Em algum momento, talvez daqui a um ano e meio, dois anos, você não vai ter mais um app do Itaú, ou do Bradesco, ou do Santander, você vai ter um app que a gente chama de agregador".
A frase é de Roberto Campos Neto, presidente do BC (Banco Central), e reflete uma das prioridades de sua gestão na autoridade monetária: o open finance(fase seguinte ao open banking).
Entenda: a ideia do sistema é incentivar a concorrência no mundo financeiro a partir do compartilhamento dos dados bancários das pessoas –mediante sua autorização.
Os “superapps” que vão agregar as contas dos usuários nos bancos não serão desenvolvidos pelo BC, mas por empresas de tecnologia.
A ideia é que o cliente não apenas use a plataforma para fazer transferências e pagamentos, mas também para comparar taxas de empréstimos ou financiamentos e fazer a contratação ali mesmo.
"Você vai apertar uma coisa Pix, vai dizer todos os saldos que você tem em todos os bancos, você vai escolher banco A, B ou C. Aí vai dizer: ‘Quer fazer crédito ou débito?’ Eu quero fazer débito. Pronto, foi. Quero fazer crédito. Aí ele vai aparecer a linha de crédito para aquela compra naquele momento e as taxas que todos os bancos vão oferecer para a sua compra naquele momento, e você vai ter a comparabilidade imediata", afirmou Campos Neto.
O presidente do Banco Central afirmou que a ideia é ter dispositivos de segurança "até melhor" do que os que existem hoje nos apps de bancos.
Por que importa: essa evolução pode deixar mais claro para os brasileiros o que é e como funciona o open finance, esperam os agentes do setor financeiro.
Hoje, a adesão ainda é baixa, com 27 milhões de pessoas que aceitaram ter seus dados compartilhados entre os integrantes do sistema financeiro.
Sobre o Broche Inteligente (vide figura acima)
Imran Chaudhri e Bethany Bongiorno, o casal fundador da startup Humane, quer acabar com o vício das pessoas em telas. A solução? Mais tecnologia.
Entenda: o casal que se conheceu na Apple criou o Ai Pin, um broche que usa IA (inteligência artificial). Ele pode ser controlado por comandos de voz, toque ou projeção a laser de uma tela na palma da mão.
Em um instante, o assistente virtual do dispositivo pode enviar uma mensagem de texto, tocar uma música, tirar uma foto, fazer uma ligação ou traduzir uma conversa em tempo real para outro idioma.
O sistema de IA embarcado no broche consegue responder perguntas ("Qual é a melhor maneira de encher a máquina de lavar louças?") e analisar objetos, como indicar quantas calorias há em determinado alimento.
- Um breve vídeo de demonstração foi divulgado pela startup.
Sim, mas… Certos recursos, como reconhecimento de objetos e vídeos, não estarão disponíveis inicialmente.
E o broche às vezes pode apresentar falhas, como ocorreu durante demonstrações da empresa para o New York Times –ele confundiu um cookie com gotas de chocolate com um cookie de aveia com passas.
Em números:
- US$ 240 milhões (R$ 1,2 bi) foram investidos por cinco anos para desenvolver o produto, que deve chegar aos mercados no ano que vem.
- 25 patentes foram registradas pela Humane durante o processo.
- 100 mil broches a startup esperava vender em 2024.
- US$ 699 (R$ 3.430) será o valor do Ai Pin nos EUA, sem contar uma assinatura mensal de US$ 24 (R$ 118) no primeiro ano e o custo de um plano de internet para o dispositivo.
- US$ 850 milhões (R$ 4,2 bilhões) é o valor de mercado da Humane, com base na última rodada de investimento.
IA em dispositivos: a Humane não é a única que está desenvolvendo um hardware pensado a partir da inteligência artificial. Sam Altman, criador do ChatGPT, tem se encontrado com Jony Ive, ex-chefe de design da Apple, com o mesmo objetivo.
Altman, inclusive, é um dos investidores da Humane.
Fonte: Folha de SP (13/11/2023)
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