segunda-feira, 1 de julho de 2024

Fundos de pensão negociam mudança em texto da reforma tributária



Entidades fechadas de previdência complementar estão se mobilizando para evitar aumento de carga tributária em projeto que regulamenta IBS/CBS

As entidades fechadas de previdência complementar, mais conhecidas como fundos de pensão, estão se mobilizando para tentar mudar o texto da proposta de lei complementar da reforma tributária que regulamenta o IBS/CBS, em discussão na Câmara dos Deputados. 

A preocupação desse grupo é que eles foram equiparados às demais instituições financeiras e, com isso, podem acabar tendo um enorme aumento de carga tributária e redução da renda dos seus participantes.

Hoje, o segmento praticamente não tem incidência dos tributos indiretos que serão substituídos na reforma tributária. Disputa na justiça a incidência de PIS/Cofins, com parte das entidades fazendo recolhimento em âmbito judicial e acreditando que sairão vencedores na queda de braço com a União.

Se for considerado o cenário atual com o PIS/Cofins, de 4,65%, a equiparação com serviços financeiros pode mais que duplicar a carga de tributária dessas entidades. O setor financeiro está como regime específico e terá uma alíquota inferior aos 26,5% de IBS/CBS, mas a Fazenda optou por não indicar no texto qual seria essa alíquota, mas as indicações são de que ficaria acima de 9%, podendo encostar em 12%.

Representantes de fundos e a entidade do setor, a Abrapp, têm procurado parlamentares e o governo para defender que a alíquota seja zerada para esse segmento. O argumento é que elas não têm fins lucrativos e não deveriam estar enquadradas nas mesmas regras de bancos e fundos de previdência abertos. Além disso, destacam que são grandes investidores e que a taxação mais alta acabaria reduzindo a acumulação de recursos, reduzindo os investimentos na economia.

“Os fundos de pensão não têm fins lucrativos, toda rentabilidade vai para a cota do participante ou plano de benefício do participante. Também não não tem patrimônio. O que estamos levando para os parlamentares é que o modelo que nós temos é o mundialmente adotado, que é o diferimento tributário”, explicou ao JOTA o presidente da Abrapp, Jarbas de Biaggi.

“O Brasil é um país que poupa pouco, tem que ter um incentivo tributário. Não é renúncia. É diferimento, para o acúmulo e retorna como investimento. O cidadão tem que acumular recursos para terceira idade. E ele volta em forma de consumo e investimentos. Ideal é não ter tributação”, completou.

Já há sugestões de emendas para zerar a tributação dos fundos de pensão, mas nos bastidores, segundo apurou o JOTA, também está se discutindo uma solução intermediária, que pelo menos mantenha o nível de tributação atual de PIS/Cofins (ainda que esteja sendo questionada na Justiça).

As discussões sobre a regulamentação da reforma tributária estão avançando e a ideia é que um texto seja produzido pelo GT na próxima semana para que seja levado ao plenário antes do recesso parlamentar.

Fonte: Jota (26/06/2024)

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