O trio Telefônica Vivo, TIM Participações e Claro está pronto para assumir a posição da Highline e negociar com a Oi um acordo para largar na pole position no leilão da Oi Móvel, empresa pela qual fizeram uma oferta de 16,5 bilhões de reais — 10% acima do preço mínimo. A maior compradora das três, conforme o EXAME IN apurou, é a TIM Participações, com uma fatia entre 7 bilhões e 8 bilhões de reais do total. A Claro é quem tem o menor valor a pagar na divisão do bolo.
Desde ontem à tarde, circulam rumores de que a empresa de redes, fundada pela Pátria Investimentos e comprada pelo fundo americano Digital Colony, deve desistir da negociação com a Oi — após o aumento da oferta anunciado pelo trio na quinta-feira. No entanto, até o momento, nada foi oficialmente comunicado. O contrato de exclusividade vence na próxima segunda-feira. O que está em jogo agora é uma posição chamada de stalking horse, para o leilão. Quem ganhar o direito a assumir esse papel oferece uma oferta compradora vinculante, ou seja, garantida e tem a preferência caso aparece um novo interessado com preço maior, desde que iguale as condições. A Oi já indicou que, neste momento, a nova oferta de TIM, Vivo e Claro é a melhor, entre as conhecidas.
O leilão, fora de bolsa e em sistema de envelope fechado, só acontece depois que a Oi aprovar em assembleia geral de credores a atualização de seu plano de recuperação. O encontro deve ocorrer até o fim deste mês.
O EXAME IN obteve os detalhes de como as teles estão se organizando para esse processo. O grupo italiano será, entre todos, o maior comprador de espectro — o principal ativo em questão na venda da Oi Móvel. O valor a pagar de cada uma das teles é fruto de um algorítimo — nada mais que uma fórmula matemática — composto por espectro e clientes, mas com pesos diferentes para cada um.
A divisão dos ativos da Oi Móvel seguirá as regras determinadas pela Anatel no espectro. As companhias vão reparti-lo de forma que fiquem próximas aos limites estabelecidos pelo regulador. Cada operadora pode ter até 35% da capacidade nas faixas abaixo de 1 GHz, por região de código de área, e até 30%, no intervalo de 1GHz a 3GHz.
Para os clientes, haverá uma lógica diversa de fatiamento, mais atenta às preocupações do Cade. O regulador da concorrência observa a preponderância de mercado de cada uma das empresas por região, dividindo por pós-pagos, pré-pagos e receita para a companhia. Portanto, a acomodação será feita de forma a tentar não desequilibrar as participações por região ao fim do processo. Para isso, sempre aquele que tiver a menor presença em uma determinada área ficará com a base de usuários. O que guiará os cortes serão os DDDs (códigos de área). Poderão ser divididos por unidade, ou seja, um único DDD ou por grupos de códigos.
Fonte: Exame (01/08/2020)
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