sexta-feira, 26 de maio de 2023

Meu Bolso: PGBL, VGBL ou RendA+: como eles podem ajudar sua aposentadoria?



A primeira coisa a levar em consideração é saber quando começará o acúmulo de reservas para a aposentadoria

Quem está interessado em começar a juntar dinheiro para a aposentadoria vai encontrar no mercado produtos com nomes que mais parecem uma sopa de letrinhas: PGBL, VGBL, RendA+, só para ficar nos mais conhecidos. Mas qual desses é o melhor?

A primeira coisa a levar em consideração é saber quando começará o acúmulo de reservas para a aposentadoria, pois ele é mais importante que o produto escolhido. Quanto mais cedo isso acontecer, melhor, pois haverá mais tempo para formar essa poupança de longo prazo.

A importância do quanto mais cedo melhor fica evidente quando vamos aos exemplos práticos. Uma pessoa que começa a guardar R$ 300 por mês aos 30 anos vai acumular R$ 1,637 milhão até os 65 anos se investir em um produto que rende 12% ao ano. Se essa reserva começar a ser feita aos 50 anos, o valor acumulado aos 65 anos cairá para R$ 141.437 nas mesmas condições.

É possível que essa pessoa de 50 anos alcance o mesmo valor acumulado por quem começou a pensar na aposentadoria aos 30 anos? Sim, mas aí o valor a ser guardado mensalmente precisaria subir para R$ 3.474.

Agora que ficou clara a importância de começar cedo, vamos falar dos produtos disponíveis para formar o dinheiro da aposentadoria. Os mais conhecidos são o PGBL e o VGBL. O que não é muito conhecido são as diferenças tributárias de cada um, que podem fazer diferença na hora de escolher um plano de previdência.

O PGBL oferece um benefício tributário que o VGBL não tem: a possibilidade de abater do Imposto de Renda os aportes feitos até o limite de 12% da renda tributável anual. Mas esse benefício só pode ser aproveitado por quem contribui para o INSS e faz a declaração completa de Imposto de Renda.

Para quem não se encaixa nessas duas condições, é mais vantajoso, do ponto de vista fiscal, investir em um VGBL. No VGBL, o Imposto de Renda vai incidir apenas sobre os rendimentos do plano de previdência. Já no PGBL, o imposto recai sobre todo o montante, ou seja, tanto sobre os aportes quanto sobre os rendimentos.

Sabendo dessa diferença, fica mais fácil escolher entre PGBL e VGBL. A máxima ‘quanto mais tempo, melhor’ também se aplica a esses dois produtos. Na hora de começar a aplicar, o investidor vai ter de escolher entre a tabela progressiva e a regressiva de Imposto de Renda.

Na regressiva, a alíquota de IR pode cair para 10% para períodos de contribuição superiores a 10 anos. Ou seja, quanto maior o tempo de contribuição, menor será a alíquota de IR. Já na progressiva, o que pesa não é o tempo de contribuição, mas quanto dinheiro será resgatado.

Ao final do tempo de formação da reserva para a aposentadoria, o contribuinte pode optar por receber o valor todo de uma vez ou uma renda mensal vitalícia.

Os planos de previdência possuem outro benefício pouco alardeado. Diferentemente de outros ativos, a previdência não entra no processo de inventário, facilitando a liberação do dinheiro aos herdeiros em caso de morte do contribuinte.

O cardápio de produtos de aposentadoria ganhou um novo item neste ano: o Tesouro RendA+, emitido pelo Tesouro Nacional, que garante o pagamento de uma renda mensal por 20 anos.

A principal vantagem do RendA+ é que ele é de simples acesso e entendimento. Ao entrar na página do RendA+, o investidor informa sua idade, a idade com que pretende se aposentar, a renda extra que gostaria de ganhar e quanto tem para investir de imediato no produto.

A partir dessas informações, o próprio site indica qual título IPCA+ que deve ser comprado e o valor dos aportes mensais que devem ser feitos até a data do resgate.

A desvantagem é que, por ser um título do Tesouro, ele não oferece ao investidor a possibilidade de abater do IR os aportes realizados. Além disso, a menor alíquota que incide sobre os rendimentos é de 15%, maior que os 10% da tabela regressiva da previdência privada.

Mas nem só de letrinhas vive quem pretende garantir seu padrão de vida na aposentadoria. Com informação e planejamento, é possível encontrar investimentos de longuíssimo prazo, inclusive alguns que garantem o pagamento de dividendos de tempos em tempos.

Para quem optar por esse caminho, buscar diversificação, mesclando aplicações que garantem a reposição da inflação com outras que pagam uma renda extra, pode significar uma aposentadoria mais tranquila no futuro.

Fonte: eInvestidor & Estadão (23/05/2023)

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