Estratégia reduziu a participação, na receita total, de negócios com desempenho negativo, como telefonia fixa, internet de banda estreita e TV via satélite
Num primeiro trimestre marcado por uma expansão da receita líquida na casa dos dois dígitos, a estratégia da Telefônica Brasil (dona da marca Vivo) para manter o ritmo de crescimento passa por reduzir a participação de serviços com desempenho negativo em seu resultado. Entre janeiro e março deste ano, a operadora obteve lucro líquido de R$ 835 milhões e receita líquida de R$ 12,7 bilhões, de acordo com informações divulgadas nesta terça-feira (9).
Em relação ao mesmo período do ano anterior, a receita líquida cresceu 12,1%, o maior percentual de expansão em dez anos. Já o lucro líquido aumentou 11,3% na mesma base de comparação. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) somou R$ 4,9 bilhões entre janeiro e março, uma alta de 9,6% frente ao primeiro trimestre de 2022, impulsionada pelo incremento da receita líquida.
“Ao longo dos últimos trimestres, em que nós tivemos crescimento de receita, a única linha a trazer crescimento negativo foi a de receita fixa ‘não core’ [não essencial]. Ela é representada por voz fixa, pela internet de banda estreita e pelo DTH, que era a televisão via satélite. Se você olhar no primeiro trimestre do ano passado, essa linha de receita que tem crescimento negativo, representava 9% do resultado total da Vivo. [...] Nesse trimestre ela representa 7%”, comparou o diretor-presidente da Vivo, Christian Gebara, em entrevista ao Valor.
O esforço da Vivo para diversificar suas receitas recebeu um reforço de R$ 101 milhões das plataformas digitais de distribuição de conteúdo via Internet (OTTs) no primeiro trimestre do ano. Essa foi a receita líquida da operadora no período com a distribuição dos conteúdos disponibilizados por OTTs como Netflix e Spotify no período. Na comparação com o primeiro trimestre de 2002, a expansão do faturamento nesse segmento específico foi de 53%.
“Temos hoje 2,2 milhões de clientes que faturam esse serviço através da conta da Vivo. Isso é muito importante num país onde a penetração de cartão de crédito ainda é baixa. Você criar um veículo de cobrança, que é a fatura da Vivo, gera uma receita para nós, mas também gera a distribuição desse serviço”, explicou Gebara.
O executivo destaca ainda as receitas decorrentes de serviços financeiros, que somaram R$ 94 milhões no primeiro trimestre. Ao fim de março, a carteira do serviço de empréstimo pessoal Vivo Money atingiu R$ 239 milhões, ressaltou também o diretor-presidente.
Somadas, as duas fontes de receita não-tradicionais (OTTs e serviços financeiros) totalizaram R$ 195 milhões no trimestre. Ainda é pouco quando comparado, por exemplo, com a receita líquida gerada pelo negócio de telefonia móvel no trimestre (R$ 8,8 bilhões), que apresentou alta de 16,3% na comparação anual. A expansão do faturamento foi alavancada pelos gastos dos usuários de planos pós-pagos (R$ 6,4 bilhões).
A aposta da operadora na banda larga fixa via fibra também rendeu frutos no trimestre. A receita da Vivo com o serviço de fibra óptica até a casa do cliente aumentou 17,7% na comparação anual, o que resultou numa receita de R$ 1,5 bilhão.
Fonte: Valor (10/05/2023)
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