Projeto foi concluído pela Seja Digital, empresa que tem Vivo, Claro, Tim e outras como sócias
O presidente Lula deve lançar, na próxima semana, o cabo óptico instalado no leito do rio Amazonas e que conectará 9 municípios da região entre Manaus (AM) e Santarém (PA).
O projeto foi desenvolvido pela Seja Digital, empresa criada após o leilão do 4G para executar contrapartidas previstas no edital.
Em vez de pagarem outorgas elevadas, as teles vencedoras do certame se comprometeram a realizar investimentos obrigatórios como contrapartida.
A Seja Digital, gerida por um conselho presidido pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), passou a executar essa política pública contando, para isso, com recursos depositados pelas teles —cerca de R$ 3 bilhões.
Em um primeiro momento, elas utilizaram o dinheiro para a digitalização do sinal de TV e na distribuição de conversores para aqueles que ainda não tinham um aparelho digital.
Com a sobra dos recursos, a companhia partiu para a conexão da região amazônica por cabos subaquáticos.
"Foi a primeira vez que uma empresa privada foi criada para implementar uma política de governo", disse à coluna Antonio Carlos Martelletto, presidente da Seja Digital. "Uma companhia que tem ‘acionistas’ privados presidida por um conselheiro da Anatel."
Em outra frente, com a sobra de recursos depositados pelas operadoras, a empresa passou a completar a digitalização de municípios menores que tinham ficado fora da primeira rodada da TV digital. Entre os 1.650 restantes, ainda faltam cerca de 650.
O projeto, batizado de Norte Conectado, foi todo implementado com recursos das operadoras que venceram o leilão do 4G.
A obra custou R$ 165 milhões para levar o cabo (um feixe com 24 fibras ópticas) por 1,2 mil km entre Manaus (AM) e Santarém (PA), passando por outros 9 municípios.
Ao chegar à sede de cada um deles, as fibras são ligadas a centrais em solo. A partir dessas estações terrestres, serão acionadas escolas e escolas.
Empresas privadas interessadas em oferecer serviço de internet poderão contratar a capacidade ali instalada. Também haverá pontos de wi-fi gratuitos para a população.
Com o fim dos projetos, a Seja Digital deverá ser encerrada no fim do ano.
Fonte: Folha de SP (22/05/2023)
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