Ao todo, a Embrapii vai investir R$ 495 milhões para criação de nove centros de competência, alguns dos quais ainda em fase de escolha das instituições
O Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) anunciarão nesta quarta-feira (24) as três instituições escolhidas para a formação de centros de competência. São o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPQD), com sede em Campinas (SP); o Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel), de Santa Rita do Sapucaí (MG); e o Centro de Excelência em Inteligência Artificial da Universidade Federal de Goiás (Ceia-UFG), em Goiânia (GO).
O investimento total nesses três centros de competência é de R$ 180 milhões. Cada instituição receberá R$ 60 milhões, como financiamento não reembolsável, ao longo de quatro anos, para pesquisas em setores de inovação e para que cumpram os objetivos dos respectivos projetos e atendam as indústrias privadas.
Para o primeiro ano, o aporte é de R$ 25 milhões em cada instituição. O restante será entregue ao longo de dois anos, disse ao Valor, Igor Nazareth, presidente interino da Embrapii. As instituições também devem investir com seus próprios recursos.
O CPQD desenvolverá projetos ligados à Open RAN (Open Radio Access Network). Trata-se de uma arquitetura aberta de rede, não proprietária, que pode receber equipamentos e sistemas de diferentes fornecedores.
O Inatel pesquisará tecnologias e infraestruturas de conectividade 5G e 6G — esta última geração ainda está sendo debatida em fóruns internacionais para pesquisa e desenvolvimento de normas para as futuras redes móveis.
À Ceia-UFG, de Goiás, caberá estudar tecnologias imersivas aplicadas a mundos virtuais.
Ao todo, a Embrapii vai investir R$ 495 milhões para criação de nove centros de competência, alguns dos quais ainda em fase de escolha das instituições. As candidatas se inscrevem nos programas da Embrapii e passam por seleção. As selecionadas tornam-se unidades Embrapii. Parceiros institucionais também injetam recursos nos projetos.
“Os centros de competência são a aposta da Embrapii no futuro, são um novo instrumento da para identificar áreas que estão na fronteira tecnológica e têm potencial, mas ainda estão em pesquisa”, diz Nazareth. “É preciso fortalecer as instituições e criar competências que possam se tornar referência global e desenvolver tecnologia para apoiar o setor privado.”
“Estamos recuperando os investimentos na produção de conhecimento, especialmente das tecnologias altamente especializadas. Nesse sentido, os Centros de Competência vão ser fundamentais na estratégia do Governo Federal para a reindustrialização do país em novas bases”, diz, em nota, a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos. “Este modelo de apoio à inovação concebido pelo MCTI com a Embrapii significa a união entre a academia e o setor produtivo em busca de soluções para as demandas e desafios da indústria do futuro.
” A Embrapii é uma organização social privada que mantém contrato de gestão com quatro ministérios, que são origem dos recursos — Ministério da Educação, da Saúde e da Indústria, além do MCTI. Outras parcerias são com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), do qual também recebe recursos; o Sebrae, para apoiar a micro e pequena empresa; e o programa Rota 2030, do setor automotivo, explica Nazareth. De acordo com o executivo, em nove anos a Embrapii desenvolveu 2.040 projetos de inovação, com um total de R$ 2,92 bilhões. Desse montante, a Embrapii fez aporte de 33%, a unidade beneficiada respondeu por 17% e o setor privado com os 50% restantes.
Fonte: Valor (23/05/2023)
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