terça-feira, 20 de setembro de 2022

TIC: Pela primeira vez depois da privatização, teles racham e geram tsunami no mercado de telecom



Oi Móvel racha as teles e gera tsunami no mercado

O mercado de telecomunicações está vivendo um tsunami com a disputa da TIM, Vivo e Claro com a Oi pelo valor pago pela Oi Móvel. A sensação dos especialistas de mercado ouvidos pelo Convergência Digital, e que pediram off por conta da sensibilidade da situação, é que a relação entre as grandes operadoras- boa desde a privatização, se quebrou e será preciso muita conversa para tentar "colar os cacos'.

Ao Convergência Digital, os especialistas conhecedores da situação da Oi, admitem que ajustes financeiros e encontro de contas seriam feitos ao final do processo como em qualquer valor de aquisição do porte da Oi Móvel e garante que foram entregues 'centenas de milhares de documentos às operadoras'. Sustentam que a reclamação do desinvestimento da Oi Móvel não é balizada, por exemplo, por aumento nos índices de reclamações junto à Anatel e aos órgãos de Defesa do Consumidor. As métricas se mantiveram, mesmo diante do processo complexo de segregar a rede em três partes. 

A grande disputa aqui, ressaltam, é por dinheiro. As teles tiveram que ampliar o valor a ser pago pela Oi Móvel por conta da participação da Highline e, agora, há a intenção, nessa virada de negociação, de tentar recuperar o investimento posto além do desejado na aquisição do ativo. Inicialmente, as teles queriam pagar os R$ 15 milhões propostos pela Oi, mas foram obrigadas a reajustar a sua proposta para 16.5 bilhões de reais para tirarem a exclusividade dada até então à Highline. 

Com relação à ausência de investimentos por parte da Oi, um dos especialistas reiterou que "se há uma métrica que não se inventa nem se manipula é o da receita e a receita da Oi Móvel cresceu em 2021". Os especialistas admitem que o embate vai acabar em arbitragem e poderá levar mais tempo que o necessário. "Todas as partes vão lutar até o fim pelos seus direitos", disse um ao Convergência Digital.  Mas a situação da Oi fica em risco, uma vez que a credibilidade da reorganização pode ser abalada, principalmente, junto ao mercado B2B.

Como é uma disputa privada, do ponto de vista legal, a Anatel não tem que intervir, mas muitos especialistas afirmam que a situação é grave e cabe, sim, à Agência Reguladora entender o que está sendo colocado à mesa. Do ponto de vista de olhar à frente, a disputa não fica centrada apenas na oferta da telefonia móvel. 

A Nova Oi está se posicionando como uma das maiores provedoras de fibra óptica e banda larga e qualquer deslize na sua reorganização, o preço a ser pago será alto para uma companhia que está sendo entrante na disputa. "A Oi está crescendo na fibra óptica e será um player competitivo num mercado que está em alta. Ela vai brigar, especialmente, com Claro e Vivo, mas também com a TIM, interessada em ampliar sua base fixa", completou um especialista. 

O fim da recuperação judicial da Oi, agora, também fica em suspenso, até que todos os dados sejam repassados para o TJRJ, uma vez que a aquisição foi aprovada pela 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, como parte do processo de recuperação judicial da Oi. 

Fonte: Convergência Digital (19/09/2022)

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