segunda-feira, 13 de abril de 2020

Comportamento: Escolas de samba mobilizam sua ala de costureiras e demonstram, assim como outras empresas, a responsabilidade social



Beija-Flor e Salgueiro chamam profissionais para produzir máscaras para hospitais e favelas

Escolas de samba do Rio de Janeiro, como Beija-Flor e Salgueiro, uniram forças para ajudar na proteção de profissionais de saúde e de moradores de comunidades no combate à covid-19. As agremiações carnavalescas estão mobilizando costureiras para fabricar equipamento de proteção, como máscaras e aventais. Além disso, um fundo criado para arrecadar recursos destinados à compra de insumos para os hospitais universitários da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), deve contar com a Mangueira para fornecer parte de equipamentos de proteção individual.  

Localizada em Nilópolis, na baixada fluminense, a Beija-Flor deslocou seis costureiras que produzem semanalmente de 1.200 a 1.500 máscaras há algumas semanas. “Depois de quase 15 dias de trabalho, a Liesa [Liga as Escolas de Samba] nos procurou, com interesse no que estamos fazendo, e para estender o trabalho para outras escolas”, afirmou o vice-presidente da Beija-Flor, Almir Reis. Lá, o material para as máscaras é comprado por dirigentes da escola, amigos e empresários locais.


Além das máscaras, a escola de Nilópolis está doando alimentos e material de limpeza para comunidades da baixada fluminense. “Tem muita gente sem conseguir trabalhar. São autônomos, ambulantes, comerciantes, funcionários de bares. Todos necessitam ajuda.”   

No Salgueiro, seis costureiras já estão disponíveis desde a última quarta-feira para produzir em suas próprias casas. E outras podem ser convocadas, se for necessário, segundo a escola de samba. O volume fabricado vai depender do material recebido pela agremiação.  

“Estamos coordenados pela Liesa na produção de máscaras e capotes. E também estamos fazendo campanha de arrecadação de alimentos e material de limpeza e higiene, que vão ser destinados a famílias da comunidade do morro do Salgueiro”, disse a assessora de imprensa da escola, Joice Hurtado. As primeiras 250 cestas básicas já foram distribuídas.  

A ajuda das escolas de samba na proteção dos profissionais de saúde do Rio vem em um momento crítico, em que favelas das zonas norte e oeste já registram mortes pela nova doença. Elas preocupam em especial pela alta densidade populacional e condições precárias de saneamento básico.  

Assim, com a expectativa de aumento de casos no Estado nas próximas semanas, a preocupação se volta não somente para perigo de contaminação entre os moradores de favelas, como também para os profissionais de saúde, afirma o diretor da Fundação Coppetec, Fernando Peregrino. “Em seis meses, serão necessárias milhões de peças de proteção”, disse.  

Criada pela Coppe, um dos maiores centros de ensino e pesquisa em engenharia da América Latina, a Fundação Coppetec gerencia projetos e recursos destinados a ciência, tecnologia e inovação. A instituição criou um fundo que recebe doações para compra de equipamentos, a partir de R$ 20.  

“Compramos 10 mil máscaras, mas para seis meses serão 100 mil”, estima, referindo-se somente ao modelo N-95, indicado para profissionais de saúde. O fundo também capta doações que servirão para compra de insumos para o complexo hospitalar da UFRJ. Até o momento, já recebeu mais de R$ 650 mil, dois quais R$ 200 mil da Burger King.

Fonte: Valor (13/04/2020)


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