quinta-feira, 30 de abril de 2020

TIC: No Brasil, 45,9 milhões de pessoas ainda não acessam a Internet



São quase 15 milhões de domicílios sem acesso a Internet, sendo 1/3 desses sem interesse no serviço

A PNAD Contínua IBGE, divulgada nesta quarta-feira, 29/04, com dados apurados no final de 2018, mostra que 45,9 milhões de pessoas não tinha acesso à Internet no Brasil.  Aponta ainda que 14,9 milhões de domícilios seguem sem acesso à Internet. O IBGE apurou que três fatores justificam o não acesso à Internet - falta de conhecimento para saber usar; desinteresse e serviço indisponível, especialmente na região Norte.

“Os principais motivos para não ter Internet foram falta de interesse (34,7%), serviço caro (25,4%) e nenhum morador sabe usar (24,3%)”, elenca a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Maria Lucia Vieira. Pela primeira vez, a PNAD Contínua IBGE incluiu dados sobre rendimento médio e sua relação com os diferentes tipos de serviços.

O levantamento aponta que o rendimento médio per capita dos domicílios que utilizavam a internet foi de R$ 1.769 em 2018, quase o dobro da parcela que não utilizava a rede (R$ 940). A renda das famílias impacta também o meio de acesso, já que entre os lares que utilizaram tablet e televisão para acessar à internet, os ganhos eram de R$ 3.538 (tablet) e R$ de 3.111 (TV), enquanto naqueles que usaram microcomputador e celular os rendimentos foram de, respectivamente, R$ 2.569 e R$ 1.765.

A pesquisa destaca que o número de domicílios com acesso à internet subiu de 74,9% em 2017, para 79,1%, em 2018 – na área urbana, o percentual cresceu de 80,2% para 83,8%, e na rural, saltou de 41% para 49,2%. O estudo avaliou ainda os hábitos dos usuários. Foram estimadas 181,9 milhões de pessoas, das quais para 74,7%, ou 3/4 da população, acessavam à internet – ante 69,8% em 2017. O percentual varia de acordo com as regiões: na Norte são 69,7%; na, Nordeste, 74%; na, Centro-Oeste 81,5%; e na, Sudeste 81,1%.

Do ponto de vista social, as mulheres são as que mais acessam e passaram de 70,7% para 75,7%, enquanto entre os homens, o percentual aumentou de 68,8% para 73,6%. “As faixas etárias de 18 a 19 anos (90,3%), 20 a 24 (91%), e 25 a 29 anos (90,7%), têm os maiores percentuais de utilização. Mas o maior crescimento se deu entre os idosos, aqueles acima de 60 anos, cujo percentual saltou 7,5 p.p. passando de 31,2% para 38,7%. Isso pode ser resultado pelo aumento do acesso pelo celular”, analisa Maria Lucia Vieira, do IBGE.

Em relação à escolaridade, 97,4% das pessoas com nível superior e 98,3% com nível superior incompleto acessavam à internet; enquanto apenas 12,1% das pessoas sem instrução acessavam essa rede. “Há uma correlação entre escolaridade e uso da internet. Quanto maior a escolaridade, maior o acesso à internet”, resume a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.

Segundo o relatório, individualmente, 98,1% das pessoas utilizam celular, 50,7% usam microcomputador, 23,1% a TV, e 12%, usam tablet. A maior parte usa a internet para enviar ou receber mensagens de texto, voz ou imagem por aplicativos, número que se manteve estável entre 2017 (95,5%) e 2018 (95,7%). As conversas por chamada de vídeo cresceram de 83,8% para 88,1%, assim como a prática de assistir a vídeos incluindo programas e séries que passou de 81,8% para 86,1%. Por outro lado, reduziu o hábito de enviar ou receber e-mail, caindo de 66,2% para 63,2%.

Fonte: Convergência Digital (29/04/2020)

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