quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

TIC: Bola da Copa do Mundo Fifa é conectada a 26 antenas e ajuda a equipe de árbitros

  


Adidas desenvolveu bola que envia dados 500 vezes por segundo para 26 antenas ao redor do campo 

No jogo desta terça-feira (13) entre Argentina e Croácia, no Catar, estreia no gramado a bola Al Hilm, “o sonho” em árabe. Trata-se de uma versão da Al Rihla, ou “a viagem” - o modelo mais conectado entre as bolas de futebol oficiais que já rolaram em Copas do Mundo.  

A Al Hilm será usada nas semifinais e na final da Copa, marcada para o próximo domingo (18).  

Segundo a Adidas, fabricante das bolas, os materiais e a construção são idênticos aos da Al Rihla. O que muda é o design - Al Hilm conta com uma base dourada texturizada e um padrão triangular em vermelho inspirado nos desertos que cercam a cidade de Lusail, sede da final da Copa no Catar. As cores são referências ao troféu da Copa e à bandeira do Catar.  

Mas antes de chegar aos modelos conectados, a evolução das bolas da Copa começou bem antes, já de olho nas transmissões do mundial pela TV.  

“Nossa primeira bola oficial para a Copa do Mundo Fifa foi a Telstar de 1970 e sua inovação começou com o nome - Television Star, uma bola desenvolvida para melhorar a visibilidade na televisão em preto e branco”, conta Oliver Hundacker, diretor sênior de Produto de Futebol na Adidas, em entrevista ao Valor.   

A primeira Telstar, ou “estrela da televisão”, trazia 32 painéis, divididos em 20 hexágonos brancos e 12 pentágonos pretos. “Além disso, a Telstar também foi o primeiro modelo a ser confeccionado com couro hidrorrepelente, auxiliando no desempenho dos jogadores em dias de chuva”, acrescenta Hundacker.  

No Catar, a bola assumiu um papel importante no sistema de árbitro assistente de vídeo (VAR na sigla em inglês), que ficou mais rápido e preciso, ajudando a arbitragem em decisões de impedimentos, pênaltis e punições graves.  

A Adidas desenvolveu um novo sistema de suspensão no centro da Al Rihla, que hospeda e estabiliza um sensor de movimento de unidade de medição inercial. Ele fornece uma visão de todos os movimentos e envia dados da bola 500 vezes por segundo para até 26 antenas ao redor do campo.  

Ao combinar os dados de rastreamento capturados pelo sensor dentro da bola e aplicar inteligência artificial, a nova tecnologia chamada “Connected Ball” fornece um alerta de impedimento automatizado para a equipe do VAR, o que tem ajudado os árbitros a tomarem decisões mais rápidas e precisas durante o mundial.  

O primeiro chip em uma bola de futebol foi inserido na Copa do Mundo 2018, na Rússia, quando o modelo Telstar 18 passou a contar com a tecnologia de aproximação Near Field Communication (NFC), na qual um chip de 22 milímetros permitia que um celular exibisse informações sobre o mundial ao se aproximar da bola. “A partir daquele momento já estávamos pensando em como evoluir nossa tecnologia para poder apresentar o que trazemos hoje, com a tecnologia da bola conectada”, diz Hundacker.  

Esta também é a primeira bola de futebol que precisa de carga já que o sensor possui uma bateria recarregável, que pode ser carregada por indução, ou aproximação. Em geral, a Adidas entrega 20 bolas por partida para a Fifa e cada jogo tem uma bola personalizada com uma impressão especial que traz os nomes das federações que vão disputar a partida.   

Projetada usando dados e testes rigorosos em túneis de vento e em campo, a bola da Copa do Catar tem uma pele de poliuretano texturizada com novo formato de painel de 20 peças. Hundacker destaca que o material e o design melhoram a precisão, estabilidade de voo e desvio graças a macro e micro texturas e ao relevo da superfície. “A Al Rihla também é a primeira bola da Copa do Mundo feita apenas com tintas e colas à base de água, dando continuidade ao esforço em sustentabilidade”, acrescenta.

Fonte: Valor (13/12/2022)

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