terça-feira, 13 de dezembro de 2022

TIC: Conheça as diversas faces da internet



As diferenças entre as diversas camadas da internet (aberta e ocultas para uma maioria)

As notícias cada vez mais frequentes sobre crimes relacionados ao anonimato na Internet e a dificuldade de rastrear alguns cantos sombrios da rede mundial trouxeram alguns termos - até então pouco usuais – para a rotina do cidadão comum. Deep Web e Dark Web já são incorporados ao nosso vocabulário atual, mas nem sempre com um sentido bem compreendido. “Um iceberg é a figura mais usada para descrever as três camadas que agrupam as atividades abrangidas pela internet”, explica Luis Antonio Alves Meira, estudioso do tema, com mestrado em Linguagem e Arte na PUC-Campinas.

Públicos ou escondidos

O iceberg geralmente tem uma ponta visível na superfície, acima do nível da água, que nesse paralelo recebe o nome de Surface Web (do inglês rede de superfície). É a parte mais visível, pública, com acesso liberado a qualquer usuário. Logo abaixo do nível da água existe uma grande massa de gelo submersa, com pouca visibilidade, chamada de Deep Web (do inglês rede profunda) onde ficam os bastidores da Internet. É nela que ficam os dados para manutenção da rede, mas só pode ser acessada por quem tem uma credencial. “A Deep Web é como uma pasta do Google Drive: é privado, mas não é escondido, você chega por acesso cedido”, explica Luis Meira.

Os sites da Deep Web podem ser acessados por login, usando um navegador de Internet comum. Entretanto, quem não quiser ser rastreado precisa usar uma rede de proteção, como o Tor (um software livre e de código aberto que oferece comunicação segura ao navegar na Internet). Esse tipo de navegador, além de proteger, permite acessar o que não está na superfície. O pesquisador esclarece que quem usa softwares específicos e busca o anonimato não tem necessariamente um perfil criminoso. “Pode ser qualquer pessoa que corre algum risco em se expor online, como jornalistas ou ativistas, ou agências governamentais e administradores de dados de gigantes tecnológicas”, explica. 

Para manter a analogia, a Dark Web (do inglês rede sombria) seria a parte mais baixa do iceberg, a sua base. É composta por sites e redes que não são indexados pelos mecanismos de busca, protegidas pela dificuldade de rastreio nas redes. O acesso à maioria desses domínios é composto por uma combinação de letras e números e somente quem tem credenciais completas é autorizado a entrar. “Boa parte desses domínios são dedicados a práticas criminosas”, comenta o especialista. É comum que eles sejam associados, por exemplo, ao tráfico humano e de drogas, exploração infantil, serviços de assassinos de aluguel, fóruns de discussão de grupos radicais, criação de novos vírus. 

Muitas pessoas conseguem acesso para navegar na Dark Web e, neste caso, os especialistas recomendam redobrar as medidas de segurança, para evitar infectar seu equipamento com malware ou spyware (softwares que coletam dados de um computador e encaminham a terceiros sem o conhecimento do usuário). A orientação é usar um antivírus sólido e uma conexão VPN (como Surfshark) para evitar problemas. 

A diferença entre as camadas na web

1- Surface Web

É a parte pública, que acessamos todos os dias, com os domínios populares - como o “.com”, “.br”, “.net” - onde as páginas indexadas estão disponíveis aos usuários. É nessa camada que ficam os sites de busca, de tecnologia, os serviços essenciais, as lojas eletrônicas, as redes sociais ou canais de entretenimento. É conhecida também como World Wide Web e representa uma parte bem superficial da web.

2- Deep Web

Nessa camada os conteúdos não são indexados – significa que não podem ser encontrados pelos sites de busca – por questões de segurança e privacidade. Só quem possui o endereço e login pode entrar. São os bancos de dados sigilosos como redes de universidades, empresas e organizações públicas, arquivos jurídicos, registros médicos, financeiros, mensagens de redes sociais, e outros dados que precisam de proteção contra hackers.

3- Dark Web 

É uma parte mais profunda da rede, protegida por criptografia, e é nessa camada que se concentram as atividades ilegais. A dificuldade de acesso se dá porque os sites não possuem URLs (Localizador Uniforme de Recursos) e precisam de um Sistema de Nomes de Domínio Público (DNS), geralmente com números próprios para identificação. É nessa região escondida da rede que circulam pornografia infantil, drogas, tráfico humano e os hackers atuam. 

Fonte: Correio Popular (02/12/2022)

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