Premiação deveu-se ao trabalho tecnológico e social de "como conectar os desconectados"
Dentre projetos premiados e menções honrosas, setor demonstra preocupação com a necessidade conectar os 20% da população sem internet e formar profissionais para a área de tecnologia.
Personalidades do setor reuniram-se para conferir os projetos. Abrindo a cerimônia de entrega, a diretora da Momento Editorial, Miriam Aquino, destacou a importância das comunicações para os brasileiro atravessarem a pandemia de covid-19 a partir de 2020. Mas ressaltou que se as transformações aceleradas dos últimos anos seguem em rota, e há ainda um importante trabalho para conectar os desconectados em todo o Brasil.
“Para chegarmos, porém, a esse novo mundo que se apresenta, temos que mudar com mais velocidade e mais intensidade alguns dos nossos indicadores, digitais, sociais e econômicos”, observou a executiva.
Conforme o Global Wealth Report, o coeficiente de Gini brasileiro atingiu, no ano passado, 89,2 pontos (contra 84,5 em 2020). O indicador mede a concentração de renda. Aqui, é um dos mais altos do mundo. Aponta que no Brasil, os milionários representam 1% da população, mas detêm mais de 49% da riqueza do país.
Isso traz reflexos sobre a distribuição da conectividade, observou. Segundo a PNAD 2021, 85% da população brasileira com mais de 10 anos tem acesso à internet. Mas estudo da Price e do Instituto Locomotiva mostram 29% da população plenamente conectada e 20% ainda sem conexão nenhuma.
“O mais perverso dessa exclusão é que, o país precisará, até 2025, de pelo menos 800 mil profissionais de tecnologia, mas essa demanda está longe de nossa educação pública, uma vez que metade dos alunos entre 15 e 17 anos da rede pública não possuía acesso à internet para assistir aulas remotas”, lembrou Aquino.
Das 138 mil escolas públicas do país 30 mil delas não contam com acesso algum à internet, conforme dados da Anatel.
“É possível mudar essa realidade. Políticas públicas consistentes, recursos perenes e o envolvimento das empresas e operadores de tecnologia e de serviços de conexão devem ser o mantra da inclusão daqui para frente”, falou.
A mensagem teve eco entre os vencedores do Prêmio. Representantes de startups, fornecedores de IoT, de Software e Serviços, de Produtos, Operadoras Regionais, Operadoras e Fornecedores de Infraestrutura manifestaram, ao receberem os troféus, seus objetivos em transformar as comunicações e tornar o acesso à internet universal – e o setor de tecnologia mais humano.
Vencedores como IHS Towers, Elnet Telecom, CPQD, Radiante comprovam o papel da inclusão digital e os objetivos sociais por traz dos projetos do setor. A iniciativa da IHS, por exemplo, capacita moradores de favelas onde faz a instalação de torres de telecomunicações. A Elnet promove, também, capacitação de profissionais. A Radiante contrata imigrantes. E o CPQD desenvolve tecnologia voltada à transformação digital levando em conta as singularidades da sociedade brasileira.
Gustavo Correa Lima, do CPQD, resumiu, ao receber o troféu do Prêmio Anuário, o compromisso do setor de conectar os desconectados: “A partir do P&D levamos uma solução adequada para a realidade brasileira, de promover a transformação digital e levar conectividade a áreas do Brasil onde até hoje a gente não tem tecnologia 5G ou 4G. É um produto que desenvolvemos, com todo o apoio público, para levar ao mercado e transformar a realidade nacional”, observou.
Confira aqui, a relação completa dos vencedores do Prêmio Anuário Tele.Síntese Inovação em Comunicações 2022.
A íntegra do Anuário, para download, está disponível aqui.
Fonte: TeleSíntese (13/12/2022)
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