Equipamentos vão desde um anel para medir a qualidade do sono dos jogadores até colete com GPS que envia dados sobre movimentações
A seleção brasileira de futebol estreia na Copa do Catar rodeada por dispositivos vestíveis, os “wearables”, que monitoram desde a qualidade do sono dos atletas às movimentações dentro e fora de campo.
Um anel inteligente atrelado a um aplicativo no celular que monitora a qualidade do sono dos jogadores é uma das novidades testadas pela equipe de preparo físico da seleção, desde o início do ano.
“Esse anel serve para monitorar o tempo e a qualidade deste sono, verificando se o atleta acorda diversas vezes durante a noite, se ele consegue alcançar as diferentes fases do sono, como o sono REM [sigla em inglês para movimento rápido dos olhos, que caracteriza a fase mais profunda do sono], que são importantes para sua recuperação”, explica Guilherme Passos, fisiologista da seleção, em entrevista ao Valor.
O primeiro resultado do uso do anel, segundo Passos, é educacional. “É importante que o atleta acompanhe os resultados em seu celular e entenda o efeito de uma boa noite de sono em seu rendimento”, afirma.
Caso o sono do jogador não tenha resultados interessantes, a estratégia tem sido trazer recursos para melhorar essa qualidade como alterar a temperatura e diminuir a luminosidade do quarto, além de eliminar o uso de dispositivos com luz azul, como celulares e tablets, na cama. “Sabendo que o atleta não teve uma boa noite de sono, nós podemos promover outros recursos para melhorar sua recuperação”, nota Passos.
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) prefere manter o nome do fabricante do anel inteligente em segredo.
Outra preocupação da equipe de fisioterapia da seleção brasileira, este ano, foi trocar informações sobre a performance dos atletas com os clubes onde atuam. “Essa comunicação constante com os clubes aumentou antes da Copa e, com isso a gente conseguiu ter melhores informações quanto ao desempenho físico desses atletas”, avalia.
Durante treinos e jogos, cada atleta usa um colete embaixo da camisa, na altura das escápulas, com um sistema de posicionamento global (GPS, na sigla em inglês) que envia dados sobre distâncias percorridas, acelerações e impactos, bem como da frequência cardíaca. Esse conjunto de informações, segundo Passos, permite monitorar os movimentos e a resposta cardíaca do corpo a eles.
Além dos dispositivos de GPS, a equipe de fisioterapia da seleção investiu em registros por fotos das pernas dos atletas que ajudam a verificar o estado de fadiga localizado de alguma musculatura.
Para acelerar a recuperação e a performance do atleta, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) também adquiriu alguns equipamentos para crioterapia - técnica terapêutica que consiste na aplicação de temperaturas muito baixas para reduzir inflamações de tecidos, músculos e articulações - de forma localizada, sem necessidade de imersão em uma piscina gelada. “São botas com pressão e gelo para acelerar a recuperação do atleta”, explica o fisiologista.
Passos ainda destaca outros equipamentos que a equipe levou ao Catar como câmeras hiperbáricas, que aceleram o processo de cicatrização na recuperação de lesões, e equipamentos de fisioterapia com laser de alta intensidade.
Chuteiras tecnológicas
As novas chuteiras se adaptam a movimentos bruscos ou de alta velocidade.
Além de Casemiro, outros nove jogadores da seleção do técnico Tite usam as chuteiras da marca Nike, que também calça alguns dos jogadores mais rápidos do mundo, como Cristiano Ronaldo, de Portugal, e Kylian Mbappé, da França, informa a companhia.
O modelo é a nova versão da linha Air Zoom Mercurial, principal franquia de chuteiras da marca, que estreou em 1998 nos pés de Ronaldo Fenômeno (R9), durante o Mundial na França. O calçado foi desconstruído pela Nike para identificar a estrutura mínima necessária para que o pé continue fixo na palmilha, mesmo durante os movimentos mais agressivos.
“Não importa quão inovadora seja uma chuteira, se o ajuste não for perfeito, se os pés deslizarem um milímetro sequer dentro do calçado, se houver uma distração qualquer, a velocidade pode ser prejudicada”, afirmou Gustavo Viana, diretor de marketing da Fisia, distribuidora oficial da Nike do Brasil. A marca é patrocinadora da seleção brasileira e também desenvolveu os uniformes do Brasil para a Copa do Catar.
A nova geração de chuteiras ainda traz uma cápsula de ar, chamada Air Zoom, dentro da placa do calçado, aproximando o pé do chão para uma sensação de maior de agilidade e retorno de propulsão de energia.
No cabedal, parte que reveste toda a área superior do calçado, a novidade é o Vaporposite+, um material que combina uma malha para aumentar a aderência à bola e um revestimento que ajuda no controle dela em alta velocidade. Nas travas, que ficam no solado da chuteira, um padrão chamado Tri-Star ajuda os jogadores a se moverem lateralmente e em declives com mais rapidez em todas as direções, segundo a Nike.
Fonte: Valor (29/11/2022)
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