quarta-feira, 14 de junho de 2023

Fundos de Pensão e Previdência Privada: Um privilégio de poucos



Maioria da população ainda depende do benefício previdenciário do INSS na aposentadoria. Parcela dos que recorrem ou têm a intenção de usar a previdência privada é maior na classe A/B.

Poucos brasileiros conseguem guardar algum dinheiro no fim do mês. Em geral, nem sempre sobra e, às vezes, até falta para pagar as contas. Para fins de aposentadoria, a matemática é simples: se é difícil poupar para as emergências de curto prazo, imagina para as do futuro?

Na maioria dos casos, resta aos trabalhadores contar com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), cujo valor máximo pago de benefício previdenciário é de R$ 7,5 mil. No entanto, esse teto está longe de ser uma realidade, visto que, para alcançá-lo, é necessária uma contribuição de quase R$ 1,5 mil por mês.

Se falta dinheiro para montar o pé de meia, o que dirá para investir na aposentadoria.

Fato é que, mesmo sem saber quanto deve receber do INSS mais à frente, mais da metade dos brasileiros contam com o benefício para conseguir se sustentar na aposentadoria. É o que mostra a 6ª edição do Raio X do Investidor.

Além da previdência pública, a pesquisa da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) em parceria com o Datafolha revela, ainda, que 22% dos entrevistados vão depender do próprio salário na aposentadoria.

Apenas 12% esperam contar com aplicações financeiras e 6% devem utilizar a previdência privada, com destaque para os respondentes que pertencem à classe A/B (23% e 12%, respectivamente).

Meios citados entre os não aposentados para o sustento da aposentadoria

PopulaçãoClasse A/BClasse CClasse D/E
Previdência pública (INSS)51%45%51%55%
Do seu salário/continuará trabalhando22%23%24%18%
Aplicações financeiras, como títulos públicos, mercado de ações, renda fixa, câmbio, poupança12%23%12%3%
Previdência privada6%12%5%2%
Aluguel dos imóveis que possui4%10%3%1%
Das economias que possui/ do que guardou/ reserva de dinheiro (do que guardar/ economizar)2%3%2%1%
Família / filhos no sustento2%2%1%2%
Não sabe13%7%12%21%

Fonte: Anbima. Ano base: 2022

Entre a parcela de não aposentados que participou da pesquisa, 18% dizem ter começado uma reserva para a aposentadoria, enquanto 58% dos entrevistados pretendem, mas ainda não fizeram. Outros 24% nem sequer têm a intenção de poupar para tal finalidade.

Do total, 61% pretendem se aposentar entre os 50 e 69 anos, enquanto 6% esperam conseguir se aposentar só a partir dos 70 anos.

Até quando?

No caso dos respondentes que já são aposentados, 90% dependem da previdência pública, 4% continuam na ativa e usam a renda do trabalho e apenas 3% recorrem aos recursos da previdência privada.

Recursos usados pelos entrevistados que já são aposentados

PopulaçãoClasse A/BClasse CClasse D/E
Previdência pública (INSS)90%88%93%89%
Do seu salário/continuará trabalhando4%5%3%5%
Aplicações financeiras, como títulos públicos, mercado de ações, renda fixa, câmbio, poupança1%4%1%1%
Previdência privada3%11%2%N/A
Aluguel dos imóveis que possui3%7%3%0%
Família / filhos no sustento1%3%2%N/A
Não sabe4%2%3%6%

Realizado entre os dias 9 e 29 de novembro de 2022, o estudo feito pela Anbima em parceria com o Datafolha ouviu 5.818 pessoas das classes A/B, C e D/E, de 16 anos ou mais, nas cinco regiões do país. A margem de erro é de um ponto percentual, para mais ou para menos, dentro do nível de confiança de 95%.

Fonte: Valor Investe (06/06/2023)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

"Este blog não se responsabiliza pelos comentários emitidos pelos leitores, mesmo anônimos, e DESTACAMOS que os IPs de origem dos possíveis comentários OFENSIVOS ficam disponíveis nos servidores do Google/ Blogger para eventuais demandas judiciais ou policiais".