Em meio a recuperação judicial, empresa prossegue com reestruturação e demite funcionários da matriz e de subsidiáriasA receita com fibra, sua principal aposta para crescer no futuro, representou metade do faturamento do grupo no trimestre.
A Oi registrou prejuízo de R$ 1,26 bilhão no primeiro trimestre de 2023. Um ano antes, ainda com ativos móveis e a Infraco no grupo, registrou lucro de R$ 1,62 bilhão. O valor subiu após resultados financeiros positivos à época devido a venda de ativos, como a fatia da Infraco e a unidade móvel. Os dados constam dos resultados da empresa para o primeiro trimestre deste ano apresentados hoje, 14, à CVM.
Apesar do prejuízo no período, a empresa, que passa por recuperação judicial, cresceu no segmento em que apostas seu futuro. Os números mostram crescimento de 21% da receita em fibra óptica, que chegaram a R$ 1,1 bilhão.
A companhia terminou março com 4 milhões de clientes na fibra, 13% mais que no mesmo trimestre de 2022. A receita média por usuário (ARPU) subiu 5%, para R$ 92,4. Apesar da expansão em quantidade de clientes, a Oi cresceu menos na banda larga que o mercado, reduzindo assim o market share. Este passou de 19,1% em março de 2022 para 17,9% em março de 2023.
A receita com fibra equivale a metade da receita total da Nova Oi, que reúne concessão de telefonia fixa e o braço corporativo Oi Soluções, e desconsidera ativos vendidos em 2022, com a unidade celular. Assim, a Nova Oi teve entradas de R$ 2,22 bilhões, alta de 4,8% na comparação anual.
A Oi Soluções faturou R$ 701 milhões, alta de 12,9% ano a ano. A concessão de telefonia fixa segue encolhendo. Perdeu 47,2% das receitas, e faturou R$ 312 milhões no primeiro trimestre deste ano. E a Serede, empresa de implantação de infraestrutura do grupo que presta o serviço de instalação de fibra para a V.tal, teve receitas de R$ 112 milhões – esta cifra era antes considerada transação intercompany, e com a reestruturação, passou a constar nas receitas e despesas da companhia.
Ao mesmo tempo, usuária da rede de fibra da V.tal e tendo vendido a unidade celular, a companhia reduziu em 86,8% seus investimentos de capital (Capex), que somaram R$ 219 milhões no trimestre. O Opex (gastos operacionais) de rotina totalizou R$2,3 bilhões no 1T23, apresentando redução de 26,9% ano a ano.
O corte de custos é uma das estratégias da Oi para reverter o prejuízo. A empresa vem promovendo uma profunda redução do quadro de funcionários. O número de trabalhadores caiu 38,2% ano a ano, resultado principalmente da venda da V.tal e da Oi Móvel. Apenas no último trimestre, a redução de pessoal foi de 2,6 mil colaboradores, sendo 1,1 mil na Oi S.A. e os demais em subsidiárias. Esses desligamentos eram esperados e a redução de cargos estava prevista no plano de reestruturação da empresa.
“Desde o início do 2T22, a Companhia iniciou a fase de transição para uma nova estrutura organizacional, mais leve e flexível, com objetivo de atender à crescente demanda por serviços digitais no país, ao mesmo tempo em que vem ganhando escala e amadurecendo o novo modelo operacional na fibra”, escreve a empresa no balanço financeiro.
O EBITDA de rotina das operações brasileiras fechou o trimestre em R$193 milhões, apresentando redução de 84,2% ano a ano. Os efeitos dessa queda estão associados à venda das operações de mobilidade, que tinha uma contribuição positiva, e da infraestrutura de fibra, em linha com o Plano Estratégico de Transformação da Oi.
O prejuízo levou a Oi a terminar março com caixa de R$ 1,8 bilhão, uma redução de 44% em relação ao trimestre anterior. O consumo de capital de giro foi a principal razão da dinâmica de consumo, totalizando R$ 894 milhões no 1T23, informa a companhia.
Fonte: TeleSíntese (14/06/2023)
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