É possível financiar 100% do valor das placas solares e simplesmente trocar o valor atual da conta de luz pelo valor da parcela – e após quitar a dívida, ver a conta cair em até 90%. Saiba para quem o financiamento de placas solares vale a pena.
A instalação de painéis solares em casa, para gerar energia elétrica e derrubar o valor da conta de luz, pode valer muito a pena, mas requer um investimento inicial elevado e que só se paga num prazo de dois a cinco anos, dependendo da região do país.
Mas existe uma forma de ter acesso aos equipamentos e à instalação sem precisar fazer grandes desembolsos de uma vez. Para quem não tem R$ 30 mil disponíveis para o investimento - valor médio de um sistema de geração de energia solar - existe a possibilidade de financiar até 100% do valor. E, para algumas pessoas, o financiamento pode ser especialmente vantajoso.
Isso porque, dependendo do seu perfil de crédito e do valor da conta de luz, pode ser possível simplesmente substituir a conta pela parcela do financiamento.
Em outras palavras, a conta de luz é tão reduzida que, junto com a prestação, o valor fica mais ou menos o mesmo que você já pagaria pela energia elétrica caso não adotasse a geração solar. Para o seu orçamento, continua na mesma.
Após o prazo do financiamento - que geralmente é inferior a dez anos - o usuário enfim passará a usufruir da economia de até 90% na sua conta de luz, por todo o restante da vida útil dos equipamentos, que em geral varia de 25 a 30 anos. Ou seja, ele terá entre 15 e 20 anos de uma conta de luz bem menor.
“Hoje em dia, mais da metade das pessoas que adotam energia solar em casa já financiam. E em pouco mais da metade dos financiamentos, o usuário consegue substituir a conta de luz pela prestação”, diz Flavio Suchek, diretor executivo de Varejo do BV, uma das poucas instituições financeiras que concedem financiamento a placas solares atualmente.
O banco lançou o produto em 2018, quando o mercado de financiamento solar era inferior a R$ 1 bilhão; no ano passado, o volume total chegou a R$ 5 bilhões, e o BV é bem otimista em relação ao produto e à geração própria de energia solar em geral.
Apenas na sua plataforma, o BV recebe mais de 20 mil pedidos de simulação de financiamento solar por mês, diz Suchek. O banco também tem participação no Portal Solar, site que reúne conteúdo sobre energia solar, ferramentas como calculadora e simulador de financiamento, loja online de equipamentos e contratação de financiamento.
A carteira de financiamento solar do BV fechou 2021 em cerca de R$ 2,5 bilhões. A operação do banco é voltada justamente para projetos menores, de até 500kW, faixa onde se enquadram as pessoas físicas e pequenas empresas.
Segundo Suchek, os projetos de pessoa física financiados pela instituição costumam ficar na faixa entre R$ 25 mil e R$ 45 mil, enquanto os de pessoa jurídica, entre R$ 75 mil e R$ 150 mil.
“São clientes com conta de luz acima de R$ 500 por mês, e o financiamento dura de cinco a sete anos. Depois da quitação, a conta cai absurdamente, de 80% a 90%”, descreve o diretor executivo de Varejo do BV.
Juros do financiamento solar ainda são salgados
As características do financiamento do BV batem com o perfil geral desse tipo de linha de crédito que o Rodrigo Freire, CEO da Holu, me descreveu quando eu escrevi uma série de reportagens sobre instalação de energia solar em casa aqui para o Seu Dinheiro.
A Holu, plataforma que permite orçar projetos de energia solar fotovoltaica com diversos fornecedores e fazer a contratação online, também trabalha com financiamentos do BV, além do Santander e duas fintechs, a Solfácil e a Mutual. Mas também permite o orçamento e a aquisição dos sistemas à vista ou com parcelamento em dez vezes.
Na ocasião, Freire chamou a atenção para o fato de que o Custo Efetivo Total (CET) do financiamento solar ainda é um pouco salgado, costumam variar entre 16% e 18% ao ano (1,24% a 1,39% ao mês).
Um exemplo de financiamento no valor de R$ 28.494,60 em 48 meses (quatro anos), disponível no site do BV, indica uma taxa de juros de 1,38% ao mês (17,81% ao ano), com CET de 20,86% ao ano.
Segundo o CEO da Holu, entretanto, um cliente com uma boa avaliação de crédito, que pague uma entrada ou reduza o prazo consegue barateá-lo. “Um cliente com bom score de crédito que financiar em 24 meses consegue um CET de algo como 0,79% ao mês”, me disse Freire, na ocasião.
Não é todo mundo que consegue simplesmente trocar a conta de luz por uma parcela de igual valor, como mostra a simulação que eu fiz nesta matéria, que fala sobre quanto custa, afinal, adotar energia solar em casa.
De todo modo, é bem fácil descobrir se a instalação de painéis solares para geração de energia fotovoltaica vale a pena para você, além do custo de um eventual financiamento. Os simuladores disponíveis no site da Holu e no Portal Solar, por exemplo, fornecem todas essas informações.
Os simuladores, aliás, também indicam se instalar painéis solares em casa é mesmo indicado para você, financeiramente. Regra geral, apenas em residências com consumo a partir de cerca de R$ 300 a adoção de energia solar começa a ficar interessante. Saiba mais sobre o perfil do imóvel e do consumo para a energia solar valer a pena.
Após aprovação da ‘taxação do Sol’, é melhor correr
A instalação de painéis solares em casa pode gerar uma economia de até 90% na conta de luz, pois a energia elétrica gerada e não consumida é injetada na rede de distribuição, gerando créditos para o usuário.
No entanto, quem instalar um sistema a partir de janeiro de 2023 vai ter um benefício um pouco menor na conta.
No início deste ano, foi aprovado o Marco Legal de Geração Distribuída, que institui, entre outras coisas, a cobrança dos custos de distribuição de energia para quem gera a própria energia solar em casa, apelidada de “taxação do sol”. Até então, não havia a cobrança.
No entanto, a lei também estabelece que as instalações anteriores à sua aprovação e aquelas feitas em até 12 meses da sua aprovação ainda ficam isentas desse custo até 2045, o que basicamente cobre toda a vida útil de placas solares instaladas hoje - ou seja, ainda dá para aproveitar o benefício, mas é preciso se apressar, como eu explico aqui.
Fonte: Seu Dinheiro (28/03/2022)
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