sábado, 9 de dezembro de 2023

TIC: Big Techs contra-atacam e formam aliança contra taxa de uso de rede das teles

 


As Big techs lançaram nesta quarta, 6/12, uma reação contra o movimento das teles pela cobrança de taxa de uso das redes sobre grandes provedores de conteúdo. 

A Aliança pela Internet Aberta reúne esses grandes provedores de conteúdo, Facebook, Google, Amazon, Netflix e Mercado Livre, estúdios de Hollywood, entidades de provedores como Abranet e Abrint, de empresas de TI e software como ABES, além do grupo Globo, via Abert.

“Esse debate está invertido. Já há uma participação de várias empresas nesse esforço, construindo cabos submarinos, datacenters, CDNs, que aproximam o conteúdo do usuário e desoneram as redes de mais tráfego”, disparou o porta-voz da Aliança, o ex deputado federal Alessandro Molon. 

As teles argumentam que, por responderem por 80% do tráfego nos celulares, as grandes empresas de conteúdo devem custear parte dos investimentos em infraestrutura. Os alvos são especificamente Meta, Alphabet, Microsoft, Amazon, Apple e Netflix - praticamente os mesmos fundadores da Aliança, com exceção da Apple. 

Próximo do tema desde que foi o relator do Marco Civil da Internet (Lei 12.965/14) e consolidou a neutralidade de rede como regra básica no Brasil, Alessandro Molon sintetizou o contra argumento das empresas de internet, de que a rede já é custeada pelos usuários. 

“As pessoas pagam para se conectar à internet para acessar conteúdos e serviços. Acesso ao conteúdo é a razão da existência de provedores de conexão, que só existem porque as pessoas querem internet para acessar conteúdos e serviços. Portanto não existe problema, mas solução.”

A reação das big techs e seus amigos está diretamente relacionada ao movimento da Anatel em direção a algum tipo de regra sobre o tema, especialmente a partir da tomada de subsídios que discutiu a questão da remuneração da rede por “usuários”.  E o presidente da agência, Carlos Baigorri, prestigiou o lançamento da Aliança e festejou a principal promessa: estudos que embasem esse debate. 

“Venho dizendo que os serviços, tanto de telecomunicações como de internet, precisam se organizar para ter propostas e visões, para trazer dados e fatos, para que não tomemos nenhuma decisão baseados somente em narrativas. É preciso ter elementos concretos sobre se existe um problema, qual é e como endereçar da melhor maneira”, afirmou. 

A Aliança garante que já no começo do próximo ano lançará um primeiro estudo sobre o assunto – a ideia é ter isso pronto a tempo da próxima tomada de subsídios da Anatel, que já indicou uma nova consulta para aprofundar o assunto para o começo de 2024. 

Esses estudos ficarão a cargo de José Guilherme Reis, do BID, que foi indicado para o conselho consultivo da Aliança, ao lado do jurista Floriano de Azevedo Marques Neto, da tributarista Vanessa Canado, e de Lisandro Granville, da Sociedade Brasileira de Computação. 

Fonte: Convergência Digital (06/12/2023)

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