Analistas do BTG Pactual acreditam que a transação pode prejudicar a Oi em futuras negociações de dívidas; entenda o caso.
AOi anunciou um o aporte financeiro da Canada Pension Plan Investment Board para entrar na V.tal, mas de acordo com analistas do BTG Pactual, o negócio pode afetar a empresa, pois a diluição da fatia da Oi na companhia de fibra óptica pode interferir em negociações de dívidas da telecom.
O CPPIB, um dos maiores fundos de pensão do mundo, anunciou que efetuará um aumento de capital de R$ 2,5 bilhões na rede neutra de fibra óptica, que atua em soluções de infraestrutura digital e pertence à Oi e ao BTG Pactual. Analistas do BTG Pacutal, composto por Carlos Sequeira, Osni Carfi e Guilherme Guttilla, afirmam que a transação pode prejudicar a Oi em futuras negociações de dívidas, uma vez que já diluiu sua participação na V.tal.
“A participação na V.tal é extremamente importante para a operadora, pois pode ser utilizada como garantia na renegociação das suas dívidas, além dos ganhos em um potencial IPO da companhia – movimento pelo qual o seu outro acionista já demonstrou interesse”, explicaram em relatório que cogita a possibilidade da empresa abrir seu capital na bolsa.
Conforme foi explicado em fato relevante da Oi, sua participação na V.tal diminuirá para cerca de 34,12%, sendo que segundo o BTG Pactual, o valor da sua fatia cairá de R$ 11,1 bilhões para R$ 9,8 bilhões após a diluição. Os analistas também explicam que a avaliação do preço da V.Tal utilizada pelo fundo canadense é menor que a do BTG. “Considerando a avaliação paga pelo CPPIB, a fatia da Oi cairia para R$ 7,8 bilhões”, completaram.
A Oi também tem usado da sua participação da rede neutra como garantia em algumas transações. A mais recente foi a possibilidade de pedir um novo empréstimo para renegociar parte de suas dívidas, usando as ações da empresa de fibra óptica como garantia.
Embora seja negativa nessa transação com o CPPIB, o time BTG considerou positiva a notícia da TIM usar a rede de fibra óptica da V.tal para expandir seus negócios de banda larga: TIM Live Ultrafibra, pois acredita que possibilita um ganho de fatia de mercado gastando menos já que a operadora acessaria 20 milhões de residências que utilizam fibra óptica para oferecer serviços. Do lado da Oi, os analistas não acreditam que o acordo aumentaria a concorrência com a TIM, “pois a captação de clientes que já estão conectados via fibra não é uma tarefa fácil”.
Fonte: Minha Operadora (30/11/2022)
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